O executivo Milton Vavassori Junior foi demitido na última sexta-feira, dia 9, após publicar em seu perfil do Twitter um comentário machista. Na publicação, ele diz sentir “saudade do tempo que mulher dava a buceta e não opinião”. A decisão foi tomada depois que a empresa Promarc Technology Corporation no Brasil recebeu reclamações por e-mail de uma usuária da rede social.
A demissão foi confirmada ao jornal O Globo nesta segunda-feira, dia 12. Um print com a informação vem repercutindo na internet. Ao veículo, Marco Aurelio Modelli, executivo que representa a Promarc em São Paulo, informou que o desligamento de Vavassori ocorreu assim que soube do conteúdo. A vaga ocupada por ele na Flórida (EUA) já foi preenchida por outra pessoa.
De acordo com o representante, a atitude do funcionário pegou a todos de surpresa, pois não havia registro de reclamação contra Vavassori. Ao ser chamado pela companhia, ele teria dito que foi algo que fez “sem pensar” e que considerou sua forma de expressar-se como uma atitude “infantil”. “Ele pediu desculpas e tudo, mas foi meio tarde”, disse Modelli.
Ao Catraca Livre, a autora do post que viralizou no Twitter, a médica Roberta Lessa, de 29 anos, contou que o executivo respondeu uma publicação sua sobre feminismo com a mensagem misógina. Ele fechou seu perfil na rede social assim que fez o comentário.
“Quando os homens imaginam uma revolta feminina, eles imaginam um mundo em que as mulheres governam homens como homens governam as mulheres. Não é de se admirar que eles tenham medo”, escreveu ela em referência ao Dia da Mulher, 8 de março. A médica não conhecia Vavassori.
Roberta não imaginava que a publicação teria tantos desdobramentos. “Comecei a receber diversos comentários, alguns de apoio, mas vários outros bem agressivos e misóginos, como o do senhor em questão. Então fiz o que sempre faço: printei, denunciei ao Twitter e bloqueei a conta agressiva.”
Depois, ela fez outra postagem divulgando os comentários que recebeu, como o do executivo “Descobriram onde ele trabalhava e várias pessoas enviaram e-mails com o print para a empresa, perguntando se esse era o tipo de profissional que eles queriam vinculados a seu nome. Pouco tempo depois recebemos a notícia que ele havia sido demitido”, explica.
“Esse caso mostra que ainda incomoda a mulher ter opinião! Nós, mulheres, não vamos mais tolerar caladas esse tipo de agressão. Temos que juntas pressionar cada vez mais a sociedade em busca de um ambiente de igualdade e respeito. Assim, todos vão ter que se posicionar, inclusive as empresas. Sabe-se, porém, que o caminho em busca de igualdade ainda é longo e tortuoso”, finaliza a médica.
Fonte: Catraca Livre
Créditos: Catraca Livre