O Paris Saint-Germain foi brioso, mas não conseguiu se impor frente ao à tradição e a qualidade técnica do Real Madrid, acabou derrotado por 2 a 1 diante de sua torcida e está fora da Liga dos Campeões. Sem seu principal jogador, Neymar, mas com o Parque dos Príncipes lotado, a equipe de Daniel Alves, Marquinhos e Thiago Silva lutou, mas não teve inspiração para se impor, vazar a dupla de zaga madrilena e reverter a derrota de 3 a 1 sofrida em Madri. Fora do principal campeonato europeu, resta à equipe de Unai Emery administrar a vantagem no Campeonato Francês e adiar para a próxima temporada o sonho do título.
Desfalcado do astro brasileiro, o PSG e seus torcedores sabiam que estavam diante de uma missão complicada contra o atual bicampeão da Liga dos Campeões. Para tentar reverter a desvantagem e buscar o placar de 2 a 0 que lhe daria a classificação, Emery dessa vez não inventou. Escalou o time com Marquinhos e Thiago Silva – que voltou a ser o capitão do time – no miolo da zaga e devolveu o posto de volante a Thiago Motta, deixando o jovem Lo Celso no banco. Na frente, optou sem surpresas por Di María no lugar de Neymar.
A esperança dos parisienses era de que uma equipe não muito diferente tinha sido capaz de superar o Barcelona, com Messi, Neymar e Suarez, por 4 a 0 na edição 2016-2017 da Liga dos Campeões – antes de levar a virada na capital catalã. Mas a esperança logo se mostrou vã. Sem Modric e Kroos, ainda se recuperando de lesões, Zidane escalou um Real Madrid um pouco mais defensivo, no 4-4-2, optando por um meio de campo marcador, com Casemiro, Kovacic, Vasquez e Asensio.
Com um meio de campo povoado, as duas equipes concentraram o jogo entre as intermediárias, sem conseguir oportunidades claras de gol nos primeiros 15 minutos. E, mesmo que o PSG precisasse do resultado, a dupla Varane-Sergio Ramos soube anular Cavani e Mbappé. A primeira chance clara acabou sendo do Real, que, aos 19 minutos, quase marcou com Ramos, que chutou da entrada da pequena área, para grande defesa de Areola. Nesse momento do jogo, as duas equipes faziam um jogo parelho, com posse de bola equilibrada – 51% a 48% para o PSG -, mas quase sem oportunidades de gol.
Aos 38 minutos, Areola voltou a salvar o time de Emery, dessa vez após uma escapada de Benzema pela esquerda do ataque. Três minutos depois, Paris teve sua primeira chance, com Mbappé, que, preciosista, preferiu chutar sem ângulo para defesa de Navas em lugar de servir Cavani.
Após um primeiro tempo tímido demais e um tanto inofensivo para quem precisava vencer por dois gols de vantagem, o PSG voltou tentando pressionar, mas teve como adversário sua própria torcida, que acendeu sinalizadores e provocou a interrupção do jogo. Logo a seguir, quem voltou a ameaçar com mais perigo foi o Real, em um cruzamento da esquerda que encontrou Cristiano Ronaldo. De cabeça, o craque português mandou à direita do gol de Areola, com perigo. A jogada acabou sendo o ensaio do castigo que viria aos aos 6 minutos: mais uma vez pela esquerda, Vasquez cruzou após troca de passes e encontrou R7 na pequena área – dessa vez sem perdão: Real 1 a 0. Foi o terceiro gol do português nos dois confrontos com o clube parisiense.
A situação, que já era difícil, tornou-se dramática. Tendo de repetir o placar de Madri e fazer três gols em um único tempo, o PSG não teve organização para reagir e defrontou-se com toda a tradição e a experiência do Real na Liga.
À vontade em campo, o time de Zidane soube controlar o ímpeto dos parisienses, não se incomodou com o apoio ininterrupto da torcida e administrou o resultado. Aos 20 minutos, em uma reclamação infantil na intermediária de ataque, Verratti levou o segundo amarelo e acabou expulso. O PSG, que não ameaçava com 11, encontrou forças para reagir e buscar o empate aos 26, com um gol de Cavani após confusão na pequena área. Mas, sem volantes em campo após a saída de Thiago Motta para a entrada de Pastore, o time de Emery virou presa fácil. Aos 35, o brasileiro Casemiro mandou para as redes após bate-rebate na área, consolidando a vitória do Real e a segunda queda consecutiva do time de Paris nas oitavas de final. Para o PSG, la copa se mira y no se toca.
Fonte: Estadão
Créditos: Andrei Netto