Cinco décadas ainda sem reforma agrária

É importante frisar que ainda no período da redemocratização política do Brasil, quando João Pedro Teixeira foi assassinado, estava entre as principais reivindicações dos trabalhadores rurais o fim do chamado “regime de cambão”. Nesse sistema, a terra era arrendada pelo proprietário ao camponês, que plantava sua lavoura de subsistência. Esse, por sua vez, tinha que trabalhar para o latifundiário algumas vezes por semana, de forma gratuita, como pagamento. Algumas coisas mudaram, mas muitos ainda lutam pela reforma agrária plena.

Na opinião da ONG das Ligas Camponesas, ainda não houve a reforma agrária plena no país. No povoado de Barra de Anta, por exemplo, há um dos mais antigos e emblemáticos conflitos pela terra no Estado e no Brasil. Ele já dura mais de 60 anos. As famílias envolvidas foram vítimas de inúmeras violências, desde a destruição de lavouras até ameaças de mortes e a execução de lideranças.

Há 13 anos, as famílias retomaram o processo na Justiça. Em dezembro de 2007, a fazenda foi objeto de nova desapropriação para fins de reforma agrária. Porém, o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu medida liminar ao proprietário. Este alega que o imóvel foi alvo de sucessivas invasões, o que teria afetado a produção da fazenda. A Advocacia Geral da União, por sua vez, afirma que o dono teria desmatado a área para plantar cana-de-açúcar.

Do Blog com JP Online