Ricardo e Luciano

Rubens Nóbrega

Ao contrário do que alguns adversários podem pensar e dizer, Ricardo e Luciano estão muito bem na fita, obrigado. Quem quiser pode checar. Vai constatar que o desempenho deles tem proporcionado a ambos e aos grupos que representam vitórias importantíssimas, tanto no campo político quanto no social.
Apesar também da indisposição ou queimação de parte da imprensa, os resultados da atuação dos dois já começam a aparecer e a impressionar um número cada vez maior de pessoas que não apenas acreditam nessas duas lideranças como apostam que agora é a vez do projeto de cada um ir mais longe.
Particularmente, impressiona-me em Ricardo e Luciano a capacidade de dialogar e, sobretudo, de ouvir. Quando se trata de reivindicações de servidores públicos, então, o esforço e a habilidade deles para buscar o entendimento, superar impasses e oferecer alternativas de solução parecem inesgotáveis.
Confesso que não conhecia bem esse lado de Ricardo e Luciano e, talvez por conta disso, demorei em externar publicamente o meu reconhecimento. Mas agora, que acompanho mais de perto a performance deles, virei admirador, porém desinteressado, vou avisando logo, porque isso não significa adesão ou cooptação.
O que trago a este espaço hoje são observações sinceras, desprovidas de qualquer sentimento ou interesse menor em relação a Ricardo ou Luciano. Não estou a fim – nem preciso – de cargo, emprego ou aspone em qualquer esfera de poder que um ou outro comande ou venha a comandar no futuro.
Mas não poderia deixar de lhes enaltecer a competência pessoal e o indiscutível potencial que têm para ampliar seus espaços e influência no mundo político e administrativo da Paraíba. Por tudo isso, acreditem, Ricardo Marcelo e Luciano Cartaxo tendem a ser cada vez mais decisivos na vida de todos os paraibanos.
Como prova do que afirmo, rememoro a seguir os últimos acontecimentos protagonizados por Ricardo e Luciano que colocaram seus nomes em merecido destaque na cena paraibana. Cuidarei, primeiro, do presidente da Assembleia.
No jogo, pra ganhar
Graças à iniciativa do deputado Ricardo Marcelo, finalmente representantes categorizados do Ricardus I e do Fisco acordaram em pelo menos conversar e ver se encontram uma saída negociada para as diferenças que os separam de uma convivência pacífica e proveitosa para o Estado.
Pela primeira vez, o governador Ricardo Coutinho parece ter autorizado secretários de Estado a um diálogo que até então Sua Majestade vetava, ao mesmo tempo em que retaliava e expedia medidas provisórias casuísticas que fulminam atribuições de auditores e agentes fiscais como carreiras de Estado.
E tudo isso está acontecendo porque o presidente Ricardo Marcelo saiu da sombra e dos bastidores para se expor publicamente como agente político de peso que deve ser o chefe do Parlamento Estadual, chamando as partes para uma discussão que estavam se devendo desde o 1º de janeiro de 2011.
Além disso, o Ricardo da Assembléia mandou dizer aos caciques de seu partido, o PSDB, que não está na selva política para ser um tucano de bico calado. Refiro-me ao episódio em que ele praticamente barrou as supostas pretensões de Cícero Lucena e Cássio Cunha Lima de entregarem o comando do partido ao deputado Ruy Carneiro.
Candidatíssimo a presidente da legenda e, em futuro próximo, a senador ou deputado federal, Ricardo Marcelo está na área, no pedaço, na parada. Definitiva e positivamente, entrou no jogo, pra ganhar. Se mantiver linha e postura, claro.


A vez de Luciano

Pode ser que os petistas ricardistas ainda tentem sabotar de alguma forma com algum golpe ou cartada de última hora, mas se tudo der certo assistiremos este ano ao retorno qualificado do PT à disputa do principal cargo executivo da Paraíba depois daquele atualmente ocupado por Ricardo Coutinho.
Retorno liderado pelo deputado Luciano Cartaxo. Que, mesmo se for derrotado nas eleições de outubro para prefeito da Capital, no mínimo terá sido o condutor de um processo que pode encerrar finalmente um longo ciclo de subalternidade e submissão do PT paraibano a interesses não petistas.
Até aqui, não foi pouco o que ele conseguiu, começando por seu maior desafio: dar ao PT uma candidatura própria, algo que enfrenta feroz resistência de uma ala fortíssima do próprio partido. Essa ala queria e quer, por cima de pau e pedra, manter a legenda a serviço do projeto de poder longevo do nosso governador.
Para tanto, quem quer manter o PT mero coadjuvante do PSB, contrário ao lançamento de um nome viável do próprio partido à sucessão municipal, tenta de todas as formas desqualificar Luciano Cartaxo. Tal e qual fizeram em passado não tão distante com o próprio Ricardo Coutinho. Mas dessa vez, ao que tudo indica, não vai funcionar.
Sem contar que um novo confronto traz risco enorme aos aliancistas. Afinal, se o desfecho das duas primeiras batalhas deu extraordinária visibilidade a Luciano Cartaxo como um sujeito vitorioso, capaz de vencer adversários internos e as máquinas da Prefeitura e do Estado juntas, imaginem, então, se o homem ganha mais uma.
Aí é que Luciano se fortalece e se torna ainda mais competitivo, adquirindo chances reais de vir a ser o primeiro prefeito petista da Capital paraibana. Ou seja, tudo o que não querem petistas ainda a serviço de Ricardo Coutinho.