As críticas feitas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes ao seu companheiro de Corte, o ministro Luís Roberto Barroso, não foram bem recebidas pelo magistrado, relator do inquérito que investiga o presidente Michel Temer pela edição – em troca de propina, como suspeitam investigadores – de um decreto que prorrogava contratos de concessão no porto de Santos. Ao comentar a demissão de Fernando Segovia da direção da Polícia Federal, nesta terça-feira (27), Gilmar Mendes afirmou que Barroso, que intimou o então diretor-geral da PF a se explicar por entrevista sobre o andamento da investigação, “fala pelos cotovelos” e “antecipa julgamento”.
“O Barroso que não sabe o que é alvará de soltura, fala pelos cotovelos. Antecipa julgamento. Fala da malinha de rodinha. Precisaria suspender a própria língua”, avaliou Gilmar ao blog da jornalista Andréia Sadi.
Em resposta, o ministro Luís Roberto Barroso destacou que não antecipa julgamentos, não frequenta palácios e nem troca “mensagens amistosas com réus”. Em nota encaminhada à repórter, o magistrado fez menções a casos polêmicos protagonizados por Gilmar, como quando ele não se declarou suspeito para julgar a filha de Jacob Barata, empresário que chegou a ser preso na Operação Lava Jato – e solto pelo próprio ministro por três vezes – e as reuniões suspeitas com Temer, fora da agenda, às vésperas de decisões importantes como a que salvou o mandato do presidente, como voto de Minerva do ministro, em junho de 2017.
“Jamais antecipei julgamento. Nem falo sobre política. Eu vivo para o bem e para aprimorar as instituições. Sou um juiz independente, que quer ajudar a construir um país melhor e maior. Acho que o Direito deve ser igual para ricos e para pobres, e não é feito para proteger amigos e perseguir inimigos. Não frequento palácios, não troco mensagens amistosas com réus e não vivo para ofender as pessoas”, rebateu o magistrado.
Fonte: Agência Brasil
Créditos: Agência Brasil