Economia

Bovespa atinge recorde mesmo com novo corte na nota de crédito brasileira

O principal índice da bolsa paulista fechou em alta nesta sexta-feira (23), após chegar a cair por alguns minutos com o rebaixamento da nota de crédito soberano do Brasil pela agência internacional de risco Fitch por volta das 13h.

O principal índice da bolsa paulista fechou em alta nesta sexta-feira (23), após chegar a cair por alguns minutos com o rebaixamento da nota de crédito soberano do Brasil pela agência internacional de risco Fitch por volta das 13h. Com isso, o indicador renovou a máxima histórica pelo quarto pregão seguido, atingindo ainda a marca de 8 dias consecutivos de avanço.

O Ibovespa subiu 0,7%, aos 87.293 pontos. No ano, a bolsa passa a acumular alta de 14,25%. No mercado de câmbio, o dólar fechou em queda de 0,21% sobre o real, em sintonia com a trajetória da moeda sobre outras divisas de países emergentes, cotado a R$ 3,2402.

A Fitch cortou a nota do Brasil de “BB” para “BB-“, mas revisou a perspectiva de negativo para estável, citando déficits fiscais persistemente elevados e ambiente político desafiador.

No geral, o rebaixamento já era esperado após a suspensão da votação da reforma da Previdência pelo governo e também depois que a Standard & Poor’s cortou a nota brasileira em janeiro.

Segundo o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, o rebaixamento já estava precificado e no curto prazo deve ter pouco impacto na atividade econômica, uma vez que o cenário externo permanece favorável, com alta liquidez e investidores estrangeiros mantendo apetite por ativos de maior risco como os de países emergentes.
“O rebaixamento já estava dado. O mercado já precificou que não tem reforma da Previdência. Se for aprovada, será um bônus”, disse ao G1.

Para o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, o mercado “deu de ombros” para o rebaixamento, uma vez que “os ativos financeiros brasileiros oscilam antes por conta de motivos externos do que por motivos domésticos”.

Ele alerta, entretanto, que o corte da nota do Brasil representa um sinal de extrema preocupação com a situação fiscal e política do país. “O Brasil hoje faz parte do seleto grupo de países como Bolívia, Seicheles, Geórgia, República Dominicana, Bangladesh e Vietnam. Mais que isso: “BB”- era o rating da Argentina antes do seu colapso em 2001. É um recado forte que a Fitch nos dá, portanto”.

Fonte: G1
Créditos: G1