O governo instalou nesta quarta-feira (21) o comitê federal de assistência emergencial à população venezuelana que está em processo de migração para o Brasil. O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que serão realizadas ações tanto em Boa Vista quanto em Pacaraima, em Roraima, para cadastrar e acolher os venezuelanos. Eles receberão documentação, alimentação, vacinação e atendimento médico. Haverá ainda um processo para avaliação dos venezuelanos que têm condições e interesse em se deslocar para outros Estados do país. Num primeiro momento, de acordo com Padilha, o governo federal destinará R$ 70 milhões para essas ações.
“Encerramos há instantes a primeira reunião do comitê federal de assistência emergencial a população venezuelana em decorrência da crise comunitária que se instalou na Venezuela e a migração que está acontecendo para Brasil”, disse Padilha.
Segundo Padilha, o governo oferecerá atendimento médico a essa população tanto em Boa Vista quanto em Pacaraima. “A emergência vai ser tratada como emergência. Se, na população do Estado, tivermos problemas, serão tratados também. Não vamos tratar apenas o que é imigrante; também vamos tratar os brasileiros”, disse.
As operações em Roraima serão comandadas pelo general de Brigada Eduardo Pazuello. “Todas as operações no campo tático serão coordenadas por ele”, disse Padilha, explicando que o comitê é coordenado pela Casa Civil e que haverá uma sala no Ministério da Defesa para acompanhar 24 horas por dia as operações em Roraima.
No caso das ações para levar os venezuelanos para o interior do país, Padilha explicou que, inicialmente, essa população será direcionada para os Estados do Amazonas – 180 pessoas – e de São Paulo – 350 pessoas. Segundo Padilha, entre a população que está imigrando para o Brasil, em torno de 40% são solteiros e em condições de trabalhar. Além desse grupo, o ministro considerou ainda que há os que vêm para ter um auxílio momentâneo e os que querem permanecer na fronteira em função de suas famílias que permanecem no território venezuelano.
“Eles são cadastrados e passam a ser tratados como cidadãos brasileiros. Recebem tratamento de saúde, escola para criança, Bolsa Família, tudo como os brasileiros”, disse.
Padilha disse que o Brasil está fazendo o possível e o impossível para receber os venezuelanos. “Venceremos problemas que, vamos dizer assim, essa ‘invasão de venezuelanos’ trouxe para o Brasil. Eles, justificadamente, padecem de fome. A população venezuelana emagreceu, em média, 8,9 quilos”, disse o ministro, classificando a crise de séria e humanitária. “Não podemos virar as costas e estamos fazendo o possível e o impossível para atendê-los da melhor maneira”, afirmou o ministro.
A subchefe de Articulação e Monitoramento da Casa Civil, Natália Marcassa de Souza, disse que, neste momento, o governo está trabalhando num ordenamento melhor da fronteira, para cadastrar a população que está entrando no país. Haverá ainda um centro da Anvisa para acolher essa população, vacinação e atendimento médico emergencial para os venezuelanos.
Fonte: Valor Econômico
Créditos: Cristiane Bonfanti e Andrea Jubé