Uma pesquisa inédita do Instituto Evandro Chagas, do Pará, vinculado ao Ministério da Saúde, conseguiu detectar o vírus da febre amarela em mosquitos Aedes albopictus (popularmente conhecido como Tigre Asiático).
Os mosquitos, que vivem em áreas rurais e urbanas, foram capturados em 2017, em áreas rurais próximas dos municípios de Itueta e Alvarenga, em Minas Gerais. Novos estudos são necessários para confirmar agora a capacidade de transmissão do Aedes albopictus, já que a detecção do vírus no mosquito não significa necessariamente que a espécie possa transmitir a doença.
“Ter encontrado o vírus no mosquito Aedes albopictus não significa necessariamente que ele adquiriu o papel de transmissor da febre amarela. Por isso é preciso voltar a essas áreas para uma nova coleta de mosquitos e avaliar a capacidade de transmissão deles”, explicou Pedro Vasconcelos, diretor do Instituto.
O Ministério da Saúde reitera que não há registro confirmado de febre amarela urbana no país e também não há registro de mosquitos Aedes aegypti infectados com o vírus da febre amarela. Todos os casos de febre amarela registrados no Brasil desde 1942 são silvestres, inclusive os atuais, ou seja, a doença foi transmitida por vetores que existem em ambientes de mata (mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes).
Vacinação em SP e RJ
De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde na quinta-feira 15, os estados de São Paulo e Rio de Janeiro já vacinaram 3,9 milhões de pessoas na campanha contra a febre amarela até o momento. O dado corresponde a 19,2% do público que deveria ser imunizado nos dois estados.
A previsão do Ministério da Saúde é vacinar 20,5 milhões de pessoas no Sudeste — sendo 10,3 milhões em 54 municípios de São Paulo e 10 milhões em 15 municípios do Rio de Janeiro. Esta é a campanha em que se adotou o uso da vacina fracionada. Os números incluem as aplicações fracionadas e inteiras.
Segundo o boletim do órgão, Rio de Janeiro vacinou 1,2 milhão de pessoas (12% do público-alvo). Em São Paulo, 2,7 milhões receberam a imunização (26% do público-alvo). Minas Gerais ainda não encaminhou os dados ao ministério.