Nonato e Estelizabel roubaram a cena política

João Manoel de Carvalho

Ninguém sabe, até hoje, exatamente, que tipo de estratégia foi utilizada pelo sistema governista, ao lançar dois convidados retirados da intimidade do Governo e da mais plena confiança do governador Ricardo Coutinho, para disputar a prefeitura de João Pessoa, com uma aparente e forte emulação política: o secretário Nonato Bandeira e a executiva Estelizabel Bezerra.
O que se nota e poucos poderão negar é que os candidatos lançados estão, na realidade, roubando a cena política e eleitoral e, por mais enigmática que pareça “trama” envolvendo os dois, hoje eles dividem a opinião pública, inteiramente atônita e perplexa diante da engenharia política que resultou nas respectivas indicações.
Não se quer, nem de longe, insinuar que os candidatos Nonato Bandeira e Estelizabel Bezerra estejam empolgando ou não como imãs e arrastando a preferência do povo de João Pessoa e tornando-se nomes imbatíveis no processo da sucessão municipal no maior e mais consciente colégio eleitoral do Estado.
O que se pode dizer é que os enigmáticos candidatos lançados pelo sistema governista conseguiram estabelecer um duelo e uma disputa que, por mais enigmática que pareça, se, porventura, ainda não empolga, mas provoca uma perplexidade, que não só atiça a curiosidade da população, como, ao mesmo tempo, leva o nome dos candidatos ao debate coletivo principalmente pelo caráter surpreendente e inusitado da forma de como foram lançados.
O que se comprova nas ruas e nas praças é que as candidaturas dos secretários Nonato Bandeira e Estelizabel Bezerra, embora com a pouca ou a quase nenhuma experiência de militância política, retiraram do imaginário coletivo os demais postulantes à Prefeitura da Capital, nomes outrora consagrados e com larga experiência política e partidária, como por exemplo, o do ex-deputado, ex-senador e ex-governador José Maranhão e o não menos ex-ministro, ex-prefeito e hoje senador Cícero Lucena.
Não se sabe também se a estratégia articulada pelo Governo teve esse objetivo e, muito provavelmente, não o teve, mas esse efeito colateral de apagar os nome os dos demais candidatos efetivamente foi alcançado.
Nunca se deve duvidar da capacidade política e do potencial estratégico do governador Ricardo Coutinho como articulador e a sua surpreendente e pouco crível eleição para governador no ano de 2010está aí ainda bem presente para confirmar a sua habilidade para criar e transformar situações e atingir objetivos aparentemente inatingíveis.
De sua parte, Nonato Bandeira e Estelizabel vão, aos poucos, ocupando espaços e consolidando suas respectivas campanhas, enquanto, paralelamente, vai crescendo, a cada dia, a ansiedade e a curiosidade da opinião pública em conhecer qual o segredo que os dois candidatos escondem e mais ainda, para saber, afinal, qual o desfecho final dessa, no mínimo, esquisita arquitetura político-eleitoral.