O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse nesta quinta-feira, 4, que o candidato à Presidência da República neste ano deve unir o País e que o PSDB será “protagonista” nessa união. As declarações foram dadas dois dias depois de o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmar ao Estado, que pode apoiar outro nome na disputa, se Alckmin não conseguir unir o centro.
“Vamos trabalhar para unir o País. Unir em torno de um projeto, de uma proposta, é isso que o presidente Fernando Henrique defende e nós também defendemos. Vamos unir o Brasil e o PSDB será protagonista nesse trabalho de poder unir o País, para poder retomar o crescimento”, afirmou o governador, que também é presidente do partido, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes.
Alckmin iniciou sua fala concordando com trecho da entrevista do ex-presidente, que o País estaria cansado da divisão. Após a repercussão negativa entre tucanos das declarações ao Estado, FHC soltou uma nota reforçando o apoio a Alckmin.
Citando que o País tem 28 partidos no Congresso, o governador reconheceu, contudo, que “não será possível unir todo mundo, evidente”. Ao lado do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Alckmin disputa o apoio do Planalto nas eleições, como reconheceu o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, em entrevista ao Estado publicada nesta quinta. O tucano disse que o processo de alianças “vai maturando” e que “ninguém vai dizer que não tem candidato em janeiro”.
Questionado se ele teria mais o perfil de candidato que outros possíveis nomes para o centro, como Meirelles e Maia, Alckmin disse que não é fruto “nem da dinastia política, e nem de riqueza pessoal”. “Sou fruto do povo. Com 25 anos de idade, tava na periferia da minha cidade natal trabalhando junto com a população, junto com o povo”, disse. Maia é filho do ex-prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, e Meirelles foi presidente de bancos e integrou conselhos de empresas.
O governador citou o desempenho nas últimas eleições estaduais, em que venceu em 644 dos 645 municípios paulistas, e uma frase do ex-governador Mário Covas, que diz que “o povo erra menos que as elites”. “Acredito muito no julgamento das pessoas. Precisamos é levar a eles todas as informações”, afirmou.
Fonte: Estadão
Créditos: Marianna Holanda