A ex-ginasta norte-americana McKayla Maroney, medalha de ouro por equipe nos Jogos Olímpicos de Londres (2012) e medalha de prata na mesma Olimpíada, acusa a Federação Norte-Americana de Ginástica de ter comprado seu silêncio, para que ela não se manifestasse sobre o caso do ex-médico Larry Nassar.
Ex-integrante da Confederação de Ginástica dos Estados Unidos, Nassar é acusado de abusar sexualmente de mais de 100 garotas e mulheres, incluindo a própria McKayla, e já se declarou culpado por sete dos crimes. Ele foi condenado a pelo menos 60 anos de prisão por pedofilia e, a partir de janeiro, começa a cumprir a pena de 25 anos de cadeia, que pode ser estendida a prisão perpétua.
Segundo informações publicadas pelo The Wall Street Journal, o advogado da atleta compareceu à corte de Michigan, onde Nassar vem sendo julgado, e afirmou que McKayla assinou um contrato no valor de US$ 1,25 milhão (R$ 4,1 milhões) para manter o silêncio sobre o tema.
De acordo com o advogado, no entanto, a ginasta era uma criança na época, e teria sido “coagida a aceitar a proposta em um momento de instabilidade emocional”. Segundo McKayla, ela teria sido molestada por Nassar em diversas ocasiões, quando tinha apenas 13 anos de idade. Hoje, ela tem 21 anos.
“Ela era uma criança e não tinha escolha, não conseguia pensar. A Federação estava disposta a sacrificar a saúde e o bem-estar de uma das ginastas mais famosas do mundo porque não queriam que o mundo soubesse que eles estavam protegendo um médico pedófilo”, afirmou.
NOTA
A Federação divulgou nota onde comentou o assunto.
“Embora a federação americana de ginástica esteja desapontada com a acusação de hoje, aplaudimos McKayla e outros que falam contra comportamentos abusivos – incluindo os atos desprezíveis de Larry Nassar. Queremos trabalhar juntos para ajudar a encorajar e empoderar atletas a falar contra o abuso”.
Além de McKayla, as campeãs olímpicas Aly Raisman e Gabby Douglas revelaram terem sidos vítimas do médico. Nas redes sociais, nos Estados Unidos, surgiu até mesmo uma hashtag, #MeToo (eu também), onde vítimas de abusos relatam suas experiências.
Fonte: #Fera
Créditos: Fera