Em uma aula aberta na Casa do Saber, na noite dessa quinta-feira, 7, o apresentador Luciano Huck afirmou que ter desistido de considerar uma candidatura presidencial trouxe “uma mistura de luto e alívio”. O apresentador também afirmou que, nesse momento, “é preciso encontrar uma candidatura viável de centro”. E que os candidatos que hoje despontam nas pesquisas não estão entre as suas escolhas.
No evento, ele foi entrevistado pela plateia e pelo publicitário Celso Ludduca e o jornalista Mário vitor Santos, sócios da Casa do Saber. Ao ser instigado a responder sobre os candidatos que estão postos na disputa, Huck falou que Geraldo Alckmin e Marina Silva são bons nomes – mas não empenhou apoio para nenhum deles. Huck também espera que apareça algum nome novo e de fora da política. “Tem que aparecer”, disse.
Sobre o luto e alívio de embarcar em uma eleição , Huck foi mais específico. “O luto é porque ficou claro que não era um projeto pessoal, mas era um movimento…Mas, do outro lado, tinha esse universo diferente do meu. Não é uma decisão simples…” , disse Huck. O apresentador relacionou o “alívio” com o tipo de cobertura jornalística que o aguardava. “A imprensa tende a desconstruir a identidade da pessoa. Desconstruir a alma. Eu não estou preparado pra isso. Quero discutir coisas positivas. As pessoas são muito ansiosas, teve uma coisa de ‘você tem que responder agora’. É candidato ou não ? Ok, tenho que responder. Então, não.”
Mas teria Huck desistido mesmo? “Não desisti porque nunca fui candidato. O que me propus foi participar do debate de forma mais efetiva. Não quero fazer carreira política. Neste momento não. Quero participar dos movimentos cívicos. Quero usar minha voz para sensibilizar minha geração “.
O apresentador também não respondeu com assertividade se seria um político de direita ou de esquerda: “Sou do bom senso. Me interesso pela curadoria de pessoas, em reunir as boas ideias. Eu quero saber como melhorar a vida das pessoas. Olha, eu apanhei da direita e da esquerda. Entao, eu estou no centro”. Ainda assim, Huck falou que suas raízes estavam no PSDB. “No PSDB de Franco Montoro, de Fernando Henrique…Mas hoje esse PSDB não me representa. Eu não estaria no PSDB hoje em dia.”
Embora “não candidato”, Huck demonstrou disposição para falar de política. Ele afirmou que está “com a cabeça voltada para uma economia liberal”, para um “estado eficiente”. Ele também falou ser a favor do fim do foro privilegiado, da cláusula de barreira e acha que o pacto federativo brasileiro precisa ser repensado – e não considera a discussão do parlamentarismo viável com o parlamento que aí está ( aliás, Huck considera a próxima eleição para o legislativo a mais importante da história ).
Aécio. Perguntado sobre sua amizade com o senador Aécio Neves (PSDB-MG). “Quem nunca se decepcionou com um amigo? Eu nunca discuti política com o Aécio. O modus operante que ele aceitou é o maior erro. Sobre ter fotos com ele… Eu sou uma pessoa pública há 20 anos. Tenho foto com todo mundo, com político, com traficante, jogador de futebol, tiazinha do café…”
Fonte: Gilberto Amendola
Créditos: Estadão