A Marinha da Argentina revelou, na noite desta quarta-feira (6), a existência de uma “nova” mensagem enviada pelo comandante do submarino ARA San Juan ao chefe de operações do Comando da Força de Submarinos no dia 15 de novembro, quando desapareceu.
Até o momento, acreditava-se que a última mensagem, revelada pelo canal A24 no dia 27 de novembro, havia sido a que ele comunicava “entrada de água do mar pelo sistema de ventilação ao tanque de baterias número 3 ocasionou curto-circuito e princípio de incêndio no balcão de baterias. Baterias de proa fora de serviço no momento de imersão propulsando com circuito dividido”.
Mas depois que a empresa Tesacom revelou que oito chamadas por satélite haviam sido feitas pelo submarino no dia 15 de novembro, a Marinha admitiu que uma nova mensagem foi enviada depois dessa.
Na chamada, ocorrida às 7h19 (horário local), o comandante pergunta se duas mensagens anteriores haviam sido recebidas, informa que está em plano de periscópio (a 18 metros), em velocidade de 5 nós e avaria controlada. Acrescenta, ainda, sua intenção de descer ao plano de segurança (40 metros) para entrar ao tanque de baterias a fim de avaliar a avaria e que voltaria a entrar em contato com novas informações.
“Foi uma chamada de 6 a 7 minutos. Foi a última vez concreta que os chefes de operações [do submarino e da força de submarinos] se comunicaram e coincide com a última posição”, disse o porta-voz da Marinha, Enrique Balbi.
Segundo Balbi, as chamadas “não eram de emergência” e algumas eram apenas tentativas de conexão com a internet. O porta-voz afirmou, ainda, não saber se as chamadas foram gravadas.
O caso acabou criando uma crise entre a Marinha e o governo, que diz não ter sido informado da existência das chamadas. Uma investigação interna foi aberta para apurar o caso.
“O núcleo da investigação está na atuação da Armada”, afirmou o ministro da Defesa, Oscar Aguad, de acordo com o jornal “Clarín”.
O submarino desapareceu quando ia de Ushuaia, no sul, para Mar del Plata. Além da avaria interna, revelou-se também a ocorrência de um “evento anômalo, singular, curto, violento e não nuclear, consistente com uma explosão em um ponto próximo onde o submarino desapareceu”.
Fonte: Valor Econômico
Créditos: Folha Press