Ex-presidente da República sofreu pressão especialmente das classes mais altas.
Com a perda de grande parte de sua base aliada no Congresso, uma desaprovação popular cada vez mais alta e em vias de enfrentar as fases finais do processo de #Impeachment, #DilmaRousseff foi alvo de um protesto bem peculiar a cada vez que tentava se pronunciar em cadeia nacional de rádio e televisão: assim que aparecia nos discursos de defesa do mandato e do governo, brasileiros abriam as janelas de suas casas para baterem panelas em sinal de reprovação.
O som estridente das panelas ganhou manchetes, repercussões e virou marca registrada toda vez que a petista resolvia encarar uma câmera durante o ano de 2016. Os “paneleiros” estavam tão mobilizados que Dilma e sua equipe, em determinadas ocasiões, optaram por gravar apenas depoimentos para as redes sociais, evitando assim a exibição em nível nacional, e, por consequência, o show das panelas.
Cerca de um ano e meio depois da confirmação do seu processo de impeachment, Dilma garante que não guarda mágoa nem rancor de quem bateu panela e achou que estava ajudando o país.
“Eu entendo que perdoar golpistas é perdoar todas aquelas pessoas que bateram panelas achando que estavam salvando o Brasil, mas depois se deram conta que não estavam. Mais cedo ou mais tarde o país precisará se reencontrar e uma parte do Brasil já viu que se equivocou. Só que isso não significa perdão àquelas pessoas que planejaram e executaram esse golpe que me tirou do cargo”, destacou a petista em entrevista publicada nesta semana pelo jornal Folha de S.Paulo e feita pelo site alemão Deutsche Welle.
Na avaliação da ex-presidente, muitas pessoas que protestaram – seja por meio das panelas ou seja através dos protestos nas grandes capitais – se arrependeram do que fizeram.
Destas, ela perdoa e não guarda rancor. Dilma considera “golpe” o processo de impeachment que lhe destituiu do cargo em agosto de 2016, quando o Senado Federal aprovou a denúncia de crime de responsabilidade em razão das ditas “pedaladas fiscais” e dos decretos suplementares sem apreciação do Congresso Nacional.
Dilma , que esteve na Alemanha para uma série de encontros e debates nesta semana, diz que tem levado uma rotina normal após todo o “furacão” que envolveu sua trajetória política desde 2016.
“É uma rotina normal, seja em Porto Alegre com meus notos ou em Berlim como estive agora. Participo de fóruns, debates, palestras, conferências, caravanas. Pessoalmente, sigo fazendo minhas atividades físicas, costumo andar de bicicleta pelo menos 50 minutos por dia”, revelou.
E o futuro?
Dilma não demonstra desilusão com a política, muito menos falta de interesse em seguir exercendo-a. Ela mantém a coerência: diz que fez política a vida inteira, inclusive nos tempos sombrios da ditadura militar brasileira, e que por isso seguirá fazendo.
Até por isso ela não descarta voltar a concorrer a algum cargo público nas próximas eleições.
“Olha, eu não descarto concorrer. Posso dizer que ainda não pensei de maneira séria sobre esse assunto. É que no Brasil, se por algum motivo eu falar que resolvi me candidatar, não vou poder mudar de ideia. Se não vou ter de dar uma porção de explicações para todo mundo. Então, por enquanto, eu administro a possibilidade para não ter que ficar me explicando”, resumiu.
Por mim, a ex-presidente brasileira diz que a “história” já está lhe dando razão. E justifica dizendo que se pensava que, com sua saída, o país sairia da crise econômica e política, o que, na visão dela, ainda não está acontecendo. Ela também cita o desfecho de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, que aceitou o processo de impeachment, e que hoje se encontra preso.
Fonte: Blasting News
Créditos: Blasting News