A defesa do atacante Paolo Guerrero voltou ao Rio de Janeiro no início da manhã desta terça-feira com discurso otimista depois de dois dias de reuniões com a Federação Peruana de Futebol, em Lima.
Representada no Peru pelo advogado Pedro Fida e pelo bioquímico Luiz Carlos Cameron, a defesa alega que o uso de cocaína foi descartado. Segundo eles, o metabólito benzoilecgonina – presente na cocaína – e encontrado na urina do centroavante do Flamengo é proveniente da folha de coca utilizada para chá consumido em diversos países da América do Sul.
Mas de onde vem essa certeza? Ainda segundo a defesa, o bioquímico Cameron recebeu o exame de urina da Federação Peruana de Futebol, o analisou e constatou que as outras substâncias encontradas – que não são consideradas doping – vinculam-se ao chá e não à droga.
Especialistas consultados pelo GloboEsporte.com, que preferiram não se identificar por questão ética, porém, entendem que não é simples diferenciar a presença de substâncias de cocaína ou de chá de coca na urina, principalmente por causa dos níveis que precisam ser consumidos para que o resultado seja positivo.
Agora, o que será investigado pela defesa é se houve contaminação em algum chá que Guerrero tenha tomado durante as Eliminatórias. O peruano alega que não tomou a bebida de coca, mas consumiu outros tipos de chá em sua viagem à Argentina – partida em que houve o resultado analítico adverso.
Ressalte-se que o chá de coca é considerado doping. A defesa, no entanto, quer comprovar que o consumo foi involuntário e pedir apenas a advertência do atacante. Nos casos de doping por estimulante, a pena prevista é de quatro anos.
Entenda, abaixo, por que a defesa do jogador voltar para o Brasil confiante depois de dois movimentados dias na capital peruana:
Cocaína
A Benzoilecgonina encontrada na urina de Guerrero é, também, metabólito de outros produtos, como o chá de coca. A defesa voltou de Lima alegando que a possibilidade de o atacante rubro-negro ter sido contaminado ou consumido cocaína foi descartada. Essa informação não é oficial, mas foi informada pelo advogado do jogador.
Atenção da Federação Peruana de Futebol
Guerrero e sua defesa se reuniram com dirigentes no domingo e na segunda-feira, com poucas pausas, para entender melhor o motivo de a substância Benzoilecgonina, principal metabólito da cocaína, ter aparecido na urina do jogador após teste antidoping realizado durante as Eliminatórias. Os membros da Federação se mostraram dispostos a resolver o caso e disponibilizaram toda a documentação do jogador enquanto esteve com a seleção.
Fifa solícita
Desde quando assumiu o caso, a defesa de Guerrero tem tido respostas positivas da Fifa, que puniu preventivamente o atacante por 30 dias enquanto o caso é investigado. Nos últimos dias, as partes trocaram documentos.
Próximos passos
Dia 9: a contraprova do teste antidoping de Guerrero será aberta em Colônia, na Alemanha, onde fica o laboratório que analisa os exames realizados em competições organizadas pela Conmebol. O bioquímico Luiz Carlos Cameron viaja nos próximos dias para acompanhar.
Fim do mês: será a vez de Guerrero viajar. O atacante do Flamengo vai a Zurique, na Suíça, para participar de uma audiência na Fifa – o procedimento é um direito da defesa de um suspeito em casos como este.
Guerrero viajou à capital peruana no último domingo. Ele, se reuniu com dirigentes da Federação Peruana de Futebol no mesmo dia para tentar esclarecer com sua defesa o motivo pelo qual teve um resultado analítico adverso em teste antidoping realizado depois da partida contra a Argentina, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.
O encontro, na sede da FPF, durou cerca de cinco horas. O jogador chegou e deixou o local acompanhado de sua defesa e de sua mãe, Petronila Gonzáles, de Pedro Fida e do bioquímico Luiz Carlos Cameron.
Cameron, o bioquímico, teve acesso a documentos para identificar de onde veio a substância encontrada na urina do atleta. Além disso, analisou toda a parte técnica e química das análises laboratoriais para verificar se há irregularidades.
O exame realizado durante as Eliminatórias detectou na urina de Guerrero a substância Benzoilecgonina, principal metabólito da cocaína. A pena prevista para casos como este é de quatro anos. Enquanto o caso não é julgado, o atacante foi suspenso por 30 dias pela Fifa e sequer pode treinar com o elenco do Flamengo. Agora, o camisa 9 rubro-negro quer provar ser inocente.
Fonte: Globo Esporte
Créditos: Globo Esporte