A seleção brasileira já tem 75% de seus jogadores definidos para a Copa do Mundo, de acordo com o técnico Tite. Em entrevista nesta segunda-feira, o treinador da Seleção afirmou que gostaria de fazer mais testes, mas lamentou o pouco tempo restante para o Mundial da Rússia, em 2018. Seguindo a afirmação de Tite, já são 17 confirmados e faltam seis vagas para a convocação final.
– Tem um mundo ideal e tem um mundo real. Em um mundo ideal, eu falaria que tenho só 50% e que queria testar os outros 50. Não é a minha realidade, eu tenho pouco tempo. Eu tenho que optar por fortalecer uma equipe que jogou poucos jogos. Ela tem que ficar consistente, tem que amadurecer cada vez mais nas suas variações. Não posso botar o moleque, não dá, não tenho tempo. Aí você aumenta essa proporção de 50% para 75%. O nível de desempenho os credencia, tanto nos clubes como na Seleção – disse o técnico.
Entre as opções em aberto, Tite citou especificamente a lateral esquerda. O treinador elogiou Marcelo, Filipe Luís e Alex Sandro. No entanto, disse que todos possuem características diferentes e declarou que gostaria de testar inclusive o jogador do Real Madrid no meio de campo.
– São três de altíssimo nível. O Alex Sandro é mais linha de quatro defensiva, jogador de bola aérea impressionante. A cobertura de zagueiro, as percepções dele são impressionantes. O construtor, Filipe Luís, com uma capacidade técnica, era de origem meio-campista. Ele encurta a marcação, tem uma técnica de marcação impressionante. O Marcelo é de valências técnicas, de improviso. Se eu tivesse mais tempo na Seleção, gostaria de testá-lo no meio-campo, tamanha a qualidade que ele tem.
– Poderia utilizar pelo lado esquerdo, nos três homens de meio-campo, para ver se ele se sente à vontade. Tamanha é a qualidade técnica que ele tem, os recursos no último terço do campo, capacidade de assistência, de finta, reprograma a jogada. É um dilema. São três jogadores com características diferentes, e só dá para levar dois.
Tite também afirmou estar torcendo pela recuperação de Douglas Costa, hoje da Juventus. O atacante teve uma lesão no joelho esquerdo no início do ano, quando ainda estava no Bayern de Munique.
– Tomara que ele volte ao nível em que estava com o Guardiola no Bayern. Foi o grande momento dele. Ele teve instabilidade com o Ancelotti no Bayern, porque se machucou. Agora está retomando um padrão com o Allegri, na Juventus. Tomara que volte a ser esse jogador agressivo no um contra um, um externo bem aberto para uma inversão para um cruzamento forte, para quebrar a marcação adversária e para abrir um sistema defensivo.
O técnico afirmou que os jogadores jovens, como Arthur, do Grêmio, têm chance e ainda elogiou Diego Souza, convocado para os amistosos contra Japão e Inglaterra, em novembro.
– Não quero fechar nenhuma possibilidade. Se o Arthur vingar, se bater, se estourar, pode estar na convocação. Ninguém está fora dela. O Diego Souza traz uma virtude, do jogador da imposição física, da retenção. Pode jogar como um meia chegando ou com retenção. O Firmino pode exercer essa função, mas o Diego tem essa sustentação maior. Criar essas possibilidades, para os atletas manterem o alto nível. Daqui a pouco, você precisa de uma bola aérea, contra um time que se fecha demais, que marca no último terço do campo, que as jogadas possam acontecer pelo lado. Aí você precisa de um jogador com essa característica.
A seleção brasileira enfrenta o Japão, em Lille, no dia 10 de novembro. Quatro dias depois, tem duelo com a Inglaterra, em Londres. Em 2018, a equipe já tem confirmados dois jogos, contra a Alemanha e a Rússia.
Créditos: Globo Esporte