Não existe uma forma de acabar com os efeitos da altitude de La Paz em pouco tempo. Mas é possível minimizá-los. E foi pensando nisso que a comissão técnica da Seleção montou a estratégia para enfrentar a Bolívia, na próxima quinta-feira, nos temidos 3.640 metros da capital boliviana. O Brasil passará apenas oito horas na cidade e levará um cilindro de ar para cada titular, onze no total.
– A altitude assusta muitas pessoas, mais por desconhecimento do que propriamente pela situação. Existem três efeitos que ela provoca: fisiológicos, mecânicos e clínicos. A nossa estratégia é para diminuir os clínicos: dor de cabeça, mal estar… Levaremos o que é necessário para evitar isso. O que falta lá em cima é ar. A densidade é menor, assim como a quantidade de oxigênio que entra no pulmão.
Vamos levar onze cilindros, um para cada jogador que iniciar o jogo. A ideia é que os titulares possam usar o oxigênio para se recuperar mais rapidamente no intervalo – explicou o fisiologista da Seleção, Luiz Antonio Crescente.
Nesta quarta-feira, a Seleção treina pela manhã na Granja Comary. O voo fretado para Santa Cruz de la Sierra, cidade a 400 metro do nível do mar, está marcado para 17h30. É lá que a delegação vai dormir. A ida para La Paz será apenas na quinta-feira, dia do jogo. Segundo estudos, os efeitos só ocorrem de seis a oito horas após a exposição. A ideia da comissão técnica é que isso aconteça apenas após os 90 minutos.
LOGÍSTICA CONTRA A ALTITUDE*
14h10 – Chegada em La Paz
15h20 – Chegada ao estádio
17h – Bolívia x Brasil
20h30 – Jantar
22h30 – Voo para São Paulo
*no horário de Brasília
– Não é imediato. Por isso vamos chegar em cima da hora e sairemos depois do jogo. Até mesmo para acelerar a recuperação de olho na partida contra o Chile. Em relação aos efeitos fisiológicos e mecânicos, precisaríamos de três semanas a um mês. É impossível. Por isso vamos minimizar os sintomas que sentimos quando estamos lá. Sabemos que os componentes existem e vamos enfrentá-los por mais que seja uma reação individual. Alguns vão sentir mais, outros nem tanto.
A Seleção tem chegada em La Paz prevista para 14h10 (de Brasília) de quinta-feira, dia do jogo. A bola rola às 17h. O voo para São Paulo está marcado para 22h30. Serão apenas oito horas na cidade, estratégia totalmente diferente da utilizada pela Seleção nos 2.850 metros de Quito.
Explica-se: os 800 metros de diferença para La Paz fazem muita diferença. É o que Crescente chama de ”altitude média” e ”altitude grande”. No Equador, em setembro do ano passado, na estreia de Tite, o Brasil chegou três dias antes. Em campo, nada de problemas e vitória sobre os donos da casa por 3 a 0.
Créditos: Globo Esporte