Discussão

Deputado acusa quem defende mostra do MAM de ser tarado

Deputados trocaram ofensas e quase se agrediram no plenário da Câmara nesta terça-feira, 3, ao discutir a polêmica em torno de uma performance no Museu de Arte Moderna (MAM), em São Paulo, que envolveu um homem nu e uma criança.

Deputados trocaram ofensas e quase se agrediram no plenário da Câmara nesta terça-feira, 3, ao discutir a polêmica em torno de uma performance no Museu de Arte Moderna (MAM), em São Paulo, que envolveu um homem nu e uma criança. A confusão começou após o deputado João Rodrigues (PSD-SC) fazer um discurso inflamado contra a performance, afirmando que quem defendia aquele ato era “tarado” e merecia levar “porrada”.

“Não consigo acreditar que tenha algum pilantra, algum vagabundo, dentro desta Casa, que aplauda isso. Porque, se tiver, tem que levar porrada, tem que levar cacete, para aprender. Bando de traidores da moral brasileira, tem que ir para a porrada. Nós não podemos mais aturar isso. Se você apoia patife, se você apoia tarado, é na tua cara que eu vou dar”, disse.

O deputado Edmilson Rodrigues (PSOL-PA) reagiu e, sem citar o nome de João Rodrigues, afirmou que falta de moral era ter deputados que viam filme pornográfico dentro do plenário. O deputado catarinense foi flagrado assistindo a um vídeo com conteúdo explícito em 2015 durante uma sessão de plenário. “Tenham vergonha na cara aqueles que querem puxar a orelha daqueles que têm compromisso com a arte”, afirmou.

Após esse comentário, os deputados quase partiram para a agressão física. Edmilson foi novamente ao microfone dizer que foi chamado de “filho d p.” por João Rodrigues. “Isso é um desrespeito com a minha mãe que é viva e tem 83 anos”, disse. A confusão aconteceu durante a votação da Medida Provisória do Refis no Plenário. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu calma.

Outros deputados continuaram se manifestando sobre o assunto. Um deles, Laerte Bessa (PR-DF), chegou a fazer apologia à tortura no plenário, dizendo que, nos “bons tempos”, um artista como o que fez a performance em São Paulo seria tratado com “pau de guatambu” e “rabo de tatu” nas delegacias do País. Bessa é ex-delegado de polícia.

“Se aquele vagabundo fosse fazer aquela exposição lá no Goiás, ele ia levar uma ‘taca’, que ele nunca mais ia querer ser artista e nunca mais ia querer tomar banho pelado”, disse. Após o comentário, Maia pediu para os deputados “manterem o nível” e para que a fala do deputado fosse retirada dos anais da Câmara.