Vital defende a UEPB

Rubens Nóbrega

“Sempre fui ferrenho adversário político de Cássio Cunha Lima. Todos sabem disso. Mas em todo lugar digo que a maior obra do ex-governador foi a autonomia financeira da UEPB. Disse isso, inclusive, ao então ministro da Educação Fernando Haddad, quando eu, Cássio e Cícero Lucena estivemos com ele, recentemente”.
Esse é um dos trechos de artigo que o senador Vital Filho escreveu e publicou ontem na sua página na Internet (senadorvitaldorego.com.br) sobre o que considera “ameaça de privatização” da Universidade Estadual da Paraíba, ameaça que partiria do governador Ricardo Coutinho, contra quem promete mobilização e resistência.
No seu manifesto, o senador lembra o quanto seu pai, o saudoso Vital do Rêgo, lutou como reitor e expoente político em favor da UEPB desde os tempos de URNe (Universidade Regional do Nordeste). Lembra ainda que foi aluno, professor convidado e concursado da instituição e, como senador, botou emenda no Orçamento da União deste ano para financiar a Central de Aulas da Universidade.
“Por tudo isso, eu não poderia deixar de me colocar numa posição de frente contra essa tentativa – mais uma – de desmoronamento do Estado, que começou com a Saúde, está passando pelo fechamento das escolas, continua com os estudos para a privatização da Cagepa e, agora, pode alcançar a nossa UEPB”, anuncia Vital Filho.
Tomei conhecimento do artigo do senador através de mensagem que me foi enviada ontem por sua Assessoria de Imprensa, segundo a qual Vital Filho resolveu se pronunciar sobre a ‘possibilidade de privatização’ depois de ela ter sido “ventilada ontem (26) após declarações de professores da instituição e até mesmo da UFCG”.
Por i-meio, em atenção à remessa da Assessoria, cumprimentei o senador por sua opinião e disposição, mas ao mesmo tempo lhe confessei (talvez pretensiosamente) o temor de que as declarações dos professores a que se refere tenham sido consequência do artigo que publiquei na quarta (25) sob o título ‘UEPB ameaçada?’.
“Nele não tratei de privatização”, informei, lembrando que “o meu foco foi a federalização que estaria sendo urdida nos bastidores por RC, que estaria mais interessado em se livrar do duodécimo da UEPB”. E acrescentei:
– Não acredito que ele (o governador) tenha coragem de propor ou negociar uma privatização, inclusive porque seria muito complicado politicamente. A federalização seria alternativa mais viável, inclusive porque essa era uma das mais cogitadas nos tempos da URNe, antes da estadualização.
No caso da Cagepa…
O governador Ricardo Coutinho já deu renovadas garantias de que não pretende privatizar a Cagepa, segundo nota da Direção da companhia publicada sábado (21) neste espaço, em resposta à coluna sobre indícios de que o Ricardus I estaria querendo se livrar também dos serviços públicos de águas e esgotos.
Privatização, em sentido clássico e estrito, significa vender o patrimônio público a algum particular. Mas isso pode ser feito sob o disfarce de Parceria Público-Privada, modelo que estaria para ser aplicado à Compesa (Companhia Pernambucana de Saneamento), por obra e graça do governador Eduardo Campos.
Entidades como o Sindicato dos Urbanitários de Pernambuco (Sindurb-PE), representando os trabalhadores da companhia, e a Federação Regional dos Urbanitários do Nordeste (Frune) estão mobilizando a população, inclusive com abaixo-assinado popular contra a pretensa iniciativa do comandante nacional do PSB, que tem indiscutível ascendência sobre o nosso governador.
Em nota à imprensa no último dia 12, Sindicato e Federação alertam que a PPP “representa uma nova modalidade de privatização” e advertem que as tarifas de esgoto serão elevadas. “Quem não puder pagar terá seus serviços cortados ou o acesso dificultado, não existirá responsabilidade social, o que existirá será a busca do lucro fácil”, diz o ‘Manifesto do Recife em defesa do saneamento público e contra a privatização da Compesa’.
De Lex, sobre o Rex
Rubão, o seu jornal não noticiou, mas a concorrência deu destaque ao projeto de reforma do Parque dos Dinossauros por parte do Governo do Estado. Como vemos, tudo neste governo funciona dentro da mais perfeita coerência histórica e ideológica.
Destinado a preservar, conservar e destacar a memória de fósseis da história do pensamento político na lama do sertão Paraibano, antevejo naquele local exemplares de espécimes de grandes predadores da humanidade, a exemplo do Stalinossaurus Russus, Castrossaurus Cubanus e Hitlerossaurus Germanicus, apenas para citar os mais conhecidos importados de outros continentes.
Sem esquecer, é claro, do nativo Ricardossaurus Rex, este o maior de todos. Carnívoro e feroz, alimentava-se de pequenos humanóides da subespécie Funcionarius Publicus que sobreviviam precariamente em terras paraibanas.
Abraço, Lex.

 

O povo quer saber
E aí, senador Cássio, Vossa Excelência tem alguma coisa a dizer ou vai continuar como se estivesse mudo, surdo e cego?