Pesquisa DataPoder360 de setembro revela que houve algum impacto negativo para o pré-candidato do PT a presidente Luiz Inácio Lula da Silva o noticiário dos últimos dias e semanas sobre a Lava Jato. O petista registrava em agosto 31% e 32% de intenção de votos. Agora, tem 27% a 28%, dependendo do cenário testado.
O levantamento foi realizado de 15 a 17 de setembro, como é costume do DataPoder360 –sempre mais ou menos na metade de cada mês. Em 6 de setembro, o ex-ministro petista Antonio Palocci deu 1 depoimento ao juiz Sérgio Moro dizendo que Lula recebeu propinas da Odebrecht. Dias depois, vazou a informação de que o próprio Palocci teria entregue quantias em dinheiro para o ex-presidente. Lula nega tudo e diz que seu ex-braço direito mentiu. Mas o assunto rendeu extensiva cobertura da mídia, sobretudo nos telejornais da TV Globo.
O DataPoder360 ouviu por telefone (com ligações para aparelhos fixos e celulares) 2.280 pessoas com 16 anos ou mais em 193 cidades, em todas as regiões do país. Os quadros com os resultados publicados neste post contêm números arredondados para facilitar a leitura (por causa desses arredondamentos, às vezes a soma dos percentuais pode ser diferente de 100%).
A margem de erro desta pesquisa DataPoder360 é de 2,8 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Os percentuais de Lula variaram negativamente de 3 a 5 pontos na comparação com os de agosto. Ou seja, não muito acima da margem de erro do levantamento. Isso significa que é necessário esperar mais pesquisas nos próximos meses para saber se o petista de fato voltou para percentuais abaixo de 30% –esse tem sido o seu patamar mais usual desde abril de 2017, quando o DataPoder360 iniciou suas atividades. O mês de agosto foi atipicamente bom para Lula no histórico dos estudos já realizados.
Jair Bolsonaro – o deputado federal pelo PSC do Rio de Janeiro e com uma plataforma eleitoral de “lei e ordem”, com viés bem conservador, tem 1 eleitorado mais sólido do que desejariam seus adversários. Ele é desde julho o 2º colocado isolado (com 20% e 24% quando Lula é candidato) e lidera com folga as sondagens se o ex-presidente petista não está na disputa;
PSDB – os tucanos Geraldo Alckmin (governador de São Paulo) e João Doria (prefeito de São Paulo) tiveram variações negativas (algumas dentro da margem de erro) em todos os cenários de setembro. Só que a pesquisa é pior para Doria: ele está em pré-campanha intensa há meses, mas estacionou.
Não avança. Ainda mais desalentador para o prefeito: a percepção dos eleitores é que ele e seu adversário interno no PSDB têm chance quase idêntica de vitória. O DataPoder360 não testa os nomes dos tucanos José Serra nem de Aécio Neves no levantamento porque acredita que ambos não têm força interna no partido para conseguirem a vaga de candidatos ao Planalto em 2018;
Marina Silva e Ciro Gomes – os 2 candidatos melhoraram o desempenho. Ainda estão na lanterna da disputa, mas como os tucanos não estão se entendendo sobre quem será o nome do PSDB, tanto Ciro Gomes (PDT), mais à esquerda, quanto Marina Silva (Rede), na “vibe” de ser uma 3ª via, acabam se beneficiando.
Foram testados 4 cenários para 2018. Em 2 deles, o candidato do PT é Lula. Nos outros 2, o nome petista é o de Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo (que perdeu a reeleição em 2016 para o tucano João Doria).
Fonte: DataPoder360