Em Nova York, onde fez o discurso de abertura da 72ª Assembleia Geral das Nações Unidas, e na véspera da apreciação, pelo STF, de nova denúncia contra ele, o presidente Michel Temer sofreu um revés com a divulgação da pesquisa CNT/MDA, na manhã desta terça-feira (19/9), em Brasília. O levantamento traz a pior avaliação tanto de desempenho pessoal quanto de governo de um presidente da República em toda a série histórica.
O índice da avaliação negativa do governo também registrou grande aumento, chegando a 75,6% ante 44,1% apontados em fevereiro. O número de pessoas que consideram o governo Temer como bom caiu de 9,1% para 2,9%. Apenas 0,5% avaliaram como ótimo. Em fevereiro de 2017, 1,2% dos entrevistados consideravam o governo ótimo.
Segundo a CNT, 80% dos entrevistados acreditam ainda que o presidente não está fazendo as reformas necessárias para o país e 58,6% afirmam não ter “nenhuma confiança” em Temer. Apenas 5,8% dos consultados acreditam que o governante está enfrentando os principais problemas do país.
Eleição
Na pesquisa divulgada nesta terça, Lula mantém o favoritismo que tinha em fevereiro, agora com 20,2% das intenções de voto espontâneas para a Presidência da República em primeiro turno. A preferência por Bolsonaro cresceu, de 6,5% para 10,9%. O deputado do PSC é seguido por João Doria, com 2,4%, Marina Silva (1,5%) e Geraldo Alckmin (1,2%). A ex-presidente Dilma Rousseff seria a escolhida de 0,7% dos entrevistados. Michel Temer de 0,4% e Aécio Neves de 0,3%.
A proporção de votos brancos ou nulos e de indecisos, no entanto, chamou atenção: 21,2% e 37%, respectivamente. Indicativos que Clésio Andrade, presidente da CNT, considera como sinalizadores de que a população não encontrou ainda o seu representante entre os nomes disponíveis atualmente.
“Abre espaço para um novo nome não político aparecer com rejeição zero, como aconteceu com Doria no passado”, comentou, se referindo à eleição do empresário para a prefeitura de São Paulo.
Em segundo turno, Lula continua com a maior parte das intenções de voto em todos os cenários em que aparece como candidato.Contra Aécio, teria 41,8% da preferência dos eleitores. Contra Geraldo Alckmin, ganharia por 40,6%. Contra Jair Bolsonaro, seria eleito com 40,5,5% e contra João Doria, com 41,6%.
A pesquisa traz ainda dados sobre limite de voto em possíveis presidenciáveis. Nessa listagem, Aécio Neves é o nome com maior rejeição: apenas 1,1% das pessoas disseram que ele é o único em que votariam, enquanto 69,5% disseram que não votariam nele “de jeito nenhum”.
Entre os nomes do PSDB, João Doria é o que apresenta menor índice de rejeição: 42,9% das pessoas não votariam no prefeito de São Paulo caso ele concorresse à Presidência, contra 52,3% quando a mesma pergunta se refere a Geraldo Alckmin.
A pesquisa CNT/MDA traz avaliações do governo federal e do desempenho pessoal do presidente Michel Temer e as expectativas da população sobre emprego, renda, saúde, educação e segurança. A pesquisa CNT/MDA ouviu 2.002 pessoas em 137 municípios das 25 unidades da federação.