À espera de liberação de parte dos recursos contingenciados das Forças Armadas, os comandantes da Aeronáutica, do Exército e da Marinha estiveram nesta segunda-feira, 14, no Palácio do Planalto para participar de uma solenidade de promoção de oficiais, mas deixaram o evento sem um sinal do presidente Michel Temer sobre o desbloqueio de dinheiro. Como a equipe econômica atrasou o anúncio de mudança na meta fiscal, Temer fez no discurso apenas elogios ao “profissionalismo” dos militares, sem se referir às dificuldades orçamentárias.
Após a solenidade, o general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército, afirmou que o contingenciamento deve atingir até mesmo ações sociais. Ele citou como exemplo o trabalho do Exército de entrega de água para comunidades do semiárido nordestino.
“Estamos em uma situação difícil, que pode prejudicar algumas de nossas capacidades essenciais”, disse. “Isso atinge nossa capacidade operacional. A entrega de água no Nordeste beneficia 4 milhões de pessoas”.
Villas Bôas descartou, “por enquanto”, o fechamento de unidades militares. “Temos de ter capilaridade, presença em todo o território nacional. É perigoso criar vazios”, disse. O general disse que a “hipótese” de reduzir expediente, como se avalia em alguns setores das Forças Armadas, é “extremamente” desconfortável. “Isso é uma inversão absoluta, temos de evitar isso”.
Meta fiscal
O almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, comandante da Marinha, disse que as Forças esperam o desbloqueio de parte dos recursos no momento em que a equipe econômica definir novas metas fiscais. Uma de suas preocupações é a dificuldade de renovação da frota de navios. “A situação vai degradando, e a gente fica em uma situação incontestável”, afirmou.
Já o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Nivaldo Rossato, disse que entende as dificuldades econômicas, mas afirmou que apresentou ao ministro da Defesa, Raul Jungmann, as consequências do contingenciamento, como redução de horas de voo no atendimento de atividades para o governo, apoio às populações e tropas do Exército na Amazônia – Estadão.
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