NOVA YORK – Um juiz de Massachusetts condenou nesta quinta-feira, 3, uma mulher de 20 anos a uma pena de 2 anos e 6 meses, dos quais 15 meses serão cumpridos atrás das grades, por encorajar o namorado adolescente a se matar.
Michelle Carter foi informada pelo juiz Lawrence Moniz na Casa de Correção do Condado de Bristol que, após os 15 meses, ela ficará em período probatório até 1º de agosto de 2022.
Moniz disse que foi importante equilibrar punição e reabilitação pelo papel de Michelle na morte de Conrad Roy, de 18 anos, que morreu de intoxicação por monóxido de carbono em sua caminhonete em julho de 2014.
Michelle e Roy trocaram centenas de mensagens de texto nas quais a jovem repetidamente pediu que o rapaz executasse seu plano para se matar, ocultando tudo de seus pais.
A jovem, que tinha 17 anos quando Roy morreu, ouviu a sentença em um tribunal juvenil em Taunton, ao sul de Boston, com as mãos cruzadas para a frente e os olhos baixos. Ela usava calças vermelhas e blusa creme.
Em declaração lida no tribunal, o pai de Roy, Conrad Roy Junior, disse estar com o coração partido pela perda de seu filho e acusou Michelle de explorar sua luta contra a depressão em benefício de seu próprio bem-estar.
“Como Michelle Carter se comportou tão viciosamente e incentivou meu filho a acabar com a própria vida? Onde estava a humanidade dela? Em que mundo isso é aceitável?”, perguntou.
“Rezo para que sua morte salve vidas um dia”, disse a mãe do jovem, em uma carta lida pela promotoria. “Rezo para que tenhamos uma lei para que outra mãe não tenha de passar pelo o que eu passei”, acrescentou.
A acusação propôs uma sentença de entre 7 e 12 anos, acusando Michelle de travar “uma campanha deliberada e bem pensada” para causar a morte de Roy na tentativa de buscar atenção e simpatia.
Nenhum Estado dos EUA tem uma lei para punir alguém que incentive o suicídio.
A defesa solicitou 5 anos de liberdade condicional supervisionada, incluindo aconselhamento sobre saúde mental. A defesa argumentou que Michelle sofria de depressão, tinha usado antidepressivos e lutou contra distúrbios alimentares. / AFP
Fonte: Estadão