Mais de 40% dos 263 deputados federais que votaram para livrar o presidente Michel Temer (PMDB) de um eventual julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) respondem a inquéritos ou são réus em ações penais em andamento na Corte.
Em levantamento realizado com base na pesquisa sobre a situação criminal dos parlamentares no Supremo, divulgada na semana passada pelo site “Congresso em Foco”, identificou que 111 parlamentares com alguma pendência na Justiça votaram “sim” ao parecer do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) na sessão desta quarta-feira (2).
O relatório, aprovado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça da Câmara) no mês passado, recomendou a rejeição da denúncia apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da Republica) contra Temer, pelo crime de corrupção passiva.
Dentre os 227 deputados favoráveis à admissibilidade do processo –que seria analisado pelo STF caso houvesse autorização da Câmara–, 62 são alvos de algum procedimento investigatório no Supremo. Essa quantidade representa 27% do do total de votos. Outros seis parlamentares nessa situação faltaram à sessão.
Já o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que responde a dois inquéritos, por corrupção e lavagem de dinheiro, decorrentes da operação Lava Jato, só poderia votar em caso de empate.
Um dos 111 votos contra a denúncia foi do deputado Celso Jacob (PMDB-RJ), dono de uma condição única na Câmara. Desde o último dia 6 de junho, o peemedebista está preso no presídio da Papuda, em Brasília, em regime semi-aberto.
Condenado pelo STF por falsificação de documento público e por dispensar uma licitação em 2003, quando era prefeito de Três Rios (RJ), ele obteve autorização judicial para continuar exercendo seu mandato. Nesta quarta, Jacob usou menos de três segundos para se manifestar sobre a denúncia: “Voto com o relatório da CCJ, voto sim”.
A lista ainda conta com 3 parlamentares paraibanos: Aguinaldo Ribeiro (PP), Benjamim Maranhão (SD) e Rômulo Gouveia (PSD).
Créditos: UOL