Imprensa nacional cita Agra como ficha-manchada

A revista Isto É desta semana traz matéria exibindo resultado de um levantamento que comprova a existência de mais de 500 ações civis contra prefeitos brasileiros que lutam pela permanência no poder através da reeleição, mesmo sendo acusados de corrupção durante o mandato. Dentre os prefeitos citados está o de João Pessoa, Luciano Agra (PSB).

A reportagem faz menção ao que ficou popularmente conhecido como ‘Caso Cuiá’ onde Luciano Agra é acusado de praticar superfaturamento de pelo menos R$ 3 milhões em desapropriações de terras.

Confira a matéria logo abaixo:

Os fichas-manchadas

Levantamento realizado por ISTOÉ mostra que há mais de 500 ações civis contra prefeitos acusados de corrupção que ainda estão sem decisão da Justiça. A má notícia é que muitos deles são candidatos à reeleição em outubro

Izabelle Torres

Nas grandes cidades e nos rincões do País, centenas de prefeitos que buscam a reeleição no pleito de outubro formam uma nova categoria de candidatos. Como não foram condenados pela Justiça, sempre morosa em seus trâmites, eles não podem ser chamados de “fichas-sujas”, como são definidos os políticos com passado comprovadamente criminoso. Na condição de denunciados, porém, seria justo dizer que eles são os “fichas-manchadas”. Mesmo acusados pelo Ministério Público e outros órgãos de fiscalização por fraudes e cobrança de propina, entre outros crimes, esses políticos já se articulam para disputar um novo mandato nas próximas eleições. Um minucioso levantamento feito por ISTOÉ nos registros dos Tribunais de Justiça estaduais revela uma situação alarmante: há em curso mais de 520 ações civis contra gestores municipais atualmente no cargo, além de outras 283 já concluídas e que resultaram em cassações de mandato. Além disso, mais de 440 prefeitos figuram em relatórios de auditorias da Controladoria-Geral da União por desvio de recursos de convênios com o governo federal. As denúncias têm afetado pouco a vida e os planos eleitorais dos suspeitos, que não parecem se constranger com o risco de ter que interromper um comício para depor na Justiça.
Em São Luís, capital do Maranhão, João Castelo (PSDB) segue para a campanha de outubro carregando sobre os ombros uma ação de improbidade por fraude em licitação. Ele é acusado de participar de um esquema que teria desviado cerca de R$ 115 milhões. Em João Pessoa, o mesmo pecado. O prefeito Luciano Agra (PSB) é acusado de superfaturamento de pelo menos R$ 3 milhões em desapropriações de terras. Já a prefeita de Natal, Micarla de Souza (PV), responde por denúncias de ilegalidade nas transações de aluguel de um imóvel para abrigar uma das secretarias municipais. Na capital mineira, o prefeito Marcio Lacerda (PSB) é o oponente que ninguém quer enfrentar. Com o apoio de caciques e a capacidade de fechar acordos suprapartidários, ele ignora a ação do Ministério Público que o acusa de causar danos ao Erário em quase R$ 1 milhão com fretamento de aeronaves. Ao se explicar sobre a ação do MP, o prefeito disse que usou os aviões fretados para cumprir compromissos de agenda. “Nenhuma das viagens teve motivação pessoal ou partidária”, afirmou. Também em Minas Gerais, o prefeito de Bambuí, Lelis Jorge Silva (PTB), vai lançar sua campanha de reeleição sem que tenha explicado a denúncia de aplicação irregular de R$ 3,1 milhões, repassados pelo Ministério da Integração Nacional para aplicação em obras de recuperação de vias públicas.

O juiz Marlon Reis, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), alerta que denúncias vão acompanhar prefeitos candidatos à reeleição em centenas de pequenas cidades do interior brasileiro, como é o caso de Santa Bárbara d’Oeste (SP), Arataca (BA) e Codó (MA), para citar os exemplos mais gritantes (leia nas fichas que ilustram esta reportagem dez nomes que se destacam entre os campeões de irregularidades). “Há problemas de todos os tipos e em cidades de diferentes Estados”, diz Reis. “Os processos demoram tanto que os acusados se reelegem sem que ocorra uma conclusão. Muitas vezes, eles são punidos somente muitos anos depois de deixar o poder.” A previsão do juiz já é uma realidade. Caciques de cidades brasileiras deixarão o cargo em dezembro sem arranhões judiciais, apesar da gravidade das acusações que pesam contra eles.

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