Dorival Júnior iniciará sua trajetória no São Paulo somente na segunda-feira (10), mas já mudou a carreira de atletas do clube. Há sete anos, o técnico escolhido para substituir Rogério Ceni teve papel fundamental para a ascensão do goleiro Renan Ribeiro, hoje xodó da torcida são-paulina. Por outro lado, foi quem revolucionou a carreira de Wesley, um dos alvos mais recorrentes dos protestos das arquibancadas.
O hoje volante foi o primeiro a brilhar nas mãos de Dorival. O Santos campeão paulista e da Copa do Brasil em 2010, marcado pelos shows de Neymar, Robinho e Ganso, tinha em Wesley uma válvula de escape, um motor. Foi do técnico a decisão de passar o então atacante, de pouca produtividade e que havia voltado de empréstimo ao Atlético-PR, para o meio-campo. Assim, foi vendido ao Werder Bremen e ganhou status para depois voltar como estrela ao Palmeiras.
No Palmeiras, Dorival e Wesley se reencontraram, mas em cenário muito mais complicado do que na Vila Belmiro -e mais próximo do que encontrarão no São Paulo neste ano. O treinador chegou ao clube em 2014, apostou em Wesley mesmo diante das críticas e conseguiu livrar os palmeirenses do terceiro rebaixamento para a Série B somente na última rodada do Campeonato Brasileiro.
De volta a 2010. Demitido do Santos por problemas com Neymar e a diretoria, Dorival foi contratado pelo Atlético-MG. O time era o penúltimo colocado do Brasileirão e vivia pressionado pela torcida. Em 26 de setembro, o treinador faria a estreia em duelo com o Grêmio, em Sete Lagoas, mas estava apreensivo com a má fase de seus goleiros. O veterano Fábio Costa era criticado pela torcida. Aranha e o uruguaio Carini não inspiravam confiança.
Dorival, assim, resolveu procurar o jovem Renan Ribeiro, então com 20 anos. No quarto da concentração, na véspera da partida, o goleiro foi perguntado: “Quando você acha que estará pronto para jogar?”. Sem pestanejar, respondeu: “Se precisar, estou pronto para amanhã”. A resposta de personalidade, embora tenha causado frio na barriga e preocupação para Renan, foi decisiva para o técnico.
Renan jogou contra o Grêmio e, apesar da derrota por 2 a 1, empolgou a comissão técnica e os torcedores. Os 17 jogos seguintes, até o fim da temporada, foram com Renan de titular e o Galo conseguiu escapar do rebaixamento. Em 2011, o goleiro foi mantido pelo técnico em mais 17 partidas consecutivas, resultado na maior sequência da carreira de Renan: 35 atuações.
No São Paulo, a série atual é de 18 jogos. No ano, são 21 partidas. Se seguir como titular no clássico de domingo contra o Santos -que terá o auxiliar Pintado como interino-, já alcançará o dobro de sua melhor temporada no tdo Morumbi. Em 2015, o arqueiro jogou 11 vezes.
REENCONTROS
Dorival Júnior voltará a trabalhar com mais dois velhos conhecidos. No início da carreira, o técnico comandou Pintado no União São João, último clube do ex-volante, em 2002. Uma década mais tarde, foi a vez de contar com Gilberto no elenco, já à frente do Internacional.
Fonte: Folhapress