2018

SER OU NÃO SER: Ricardo já decidiu sobre candidatura ao Senado e coloca vice governadora a par de planos

O governador Ricardo Coutinho (PSB) comunicou à vice-governador Lígia Feliciano (PDT) que ficará no cargo até o fim do mandato. A reunião ocorreu em meados da semana passada, na Granja Santana. O encontro deve como testemunha o deputado federal Damião Feliciano (PDT), marido de Lígia, e lideranças do PSB. A conversa foi amena e sem muitos detalhes sobre a decisão. Havia, e ainda há, muita expectativa sobre a desincompatibilização do governador para disputar o cargo de senador ou, eventualmente, uma indicação de vice na eleição presidencial. Se ficar até o fim do mandato, em dezembro de 2018, ficará pelo menos dois anos sem disputar eleições.

A conversa ocorreu na semana seguinte à interinidade de Lígia no cargo de governadora. Ela substituiu Ricardo Coutinho no período em que ele cumpriu agenda em Brasília e, posteriormente, na Argentina. Ele participou do lançamento do voo entre Bayeux, na Região Metropolitana de João Pessoa, e Buenos Aires. Coutinho, inclusive, ressaltou no encontro o foco administrativo que pretende dar ao último ano de governo. O gestor vinha sofrendo pressões internas no partido, também, de aliados preocupados com a secessão eleitoral. O entendimento é o de que, sem o partido no comando do governo, terá dificuldades de viabilizar uma candidatura forte na sua base aliada.
O clima de desconfiança dos socialistas em relação a Lígia Feliciano não é novo. Foi, inclusive, externado pelo governador no final do ano passado. Ele ressaltou, na época, que não se afastaria do governo se não entendesse que o cargo que ele representa estaria seguro. A vice-governadora, por outro lado, tem evitado polêmicas e sustenta, em todas as entrevistas, a intenção de permanecer na base aliada. Na semana passada, o deputado estadual governista Arthur Cunha Lima Filho (PRTB) declarou apoio à pedetista. Na entrevista, ele ressaltou o histórico de fidelidade de Lígia Feliciano ao esquema do governador.Entre as pessoas mais próximas ao casal, ninguém acredita na permanência do governador no cargo. Para os pedetistas, o caminho agora é esperar. Só em abril do ano que vem, data final para a desincompatibilização, será possível afirmar com certeza se há fato ou blefe no recado do governador. Os ventos eleitorais indicarão o caminho

Créditos: Suetoni Souto Maior e Fernando Caldeira