O desenvolvimento da Paraíba como uma obstinação

João Manoel de Carvalho

Depois de tantos anos, amargando índices de crescimento econômico e desenvolvimentos humanos medíocres e, porque não dizer, verdadeiramente vergonhosos, o governo do Sr. Ricardo Coutinho tem pela frente o desafio e compromisso de romper com a rotina do atraso e da estagnação e reintegrar a Paraíba no caminho do progresso e da prosperidade.
É óbvio que essa tarefa não pode ser cumprida de uma hora para outra e como resultado de uma ação milagrosa, mas seus efeitos só poderão ser alcançados através de ações planejadas, que mobilizem o conjunto da sociedade e que todos estejam efetivamente convencidos de que não há outra alternativa para o Estado, se não crescer ou crescer.
Para tanto, o governo precisa de uma oposição que não se limite só a agredir ou a extravasar recalques, frustrações ou ressentimentos acumulados, que não levam a lugar nenhum ou contribuem em nada para que a Paraíba chegue a atingir uma meta de progresso compatível com as suas necessidades essenciais de promoção do bem comum.
É lícito que a oposição não decline de fazer o seu papel institucional e fundamental de fiscalizar os atos do governo e de exercer o papel político que lhe compete de opor censura ao Governo, quando os dirigentes do Estado se afastem das práticas éticas que devem ser ínsitas e inerentes a todos aqueles que exercem o múnus público.
Mas nenhum exercício da ação política será lícita se não contiver em seu conteúdo o objetivo inarredável de estar compatibilizada com o interesse coletivo e o bem comum.
Próximo de completar o ano à frente do Governo do Estado, o governo do Sr. Ricardo Coutinho não pode ser apontado como o governo dos sonhos dos paraibanos, mas também não se pode dizer que ele não tenha realizado algumas obras, que podem ser catalogadas como afetas à agenda do desenvolvimento econômico e social perseguido, desejado, indistintamente, por todos os paraibanos.
É óbvio que ainda há muito por realizar para que pudéssemos alcançar aquele estágio de crescimento suficiente para distribuir renda e criar empregos para a população desempregada e, dessa forma, pudéssemos conter o impiedoso e cruel processo de empobrecimento que assola e devasta o Estado, nas últimas décadas.
O governador Ricardo Coutinho deve estar consciente desta realidade e convicto do tamanhos de suas responsabilidades ante esse formidável desafio político e administrativo.
As obras que o seu Governo tem anunciado na área da infraestrutura sinalizam a sua preocupação com a necessidade urgente de promover o crescimento na agricultura, na indústria, no comércio e no empreendedorismo.
Mas não basta que o desenvolvimento da Paraíba se limite, apenas a preocupar o seu Governo. É preciso que essa preocupação se transforme numa verdadeira obstinação.