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“Vou quebrar sua cara”, diz secretário de Cultura a agente cultural

"O prefeito foi eleito e você não". "Você é um chato". "Cabô a molecagem". Ouça os argumentos de André Sturm ao ser questionado sobre investimentos em Cultura na periferia da cidade de São Paulo

O secretário de Cultura da cidade de São Paulo, André Sturm (ao centro na foto acima), de 50 anos de idade, ameaçou “quebrar a cara” do agente cultural Gustavo Soares, do Movimento Cultural Ermelino Matarazzo. As palavras do subordinado do prefeito João Doria para gerir as políticas públicas culturais da maior cidade do Hemisfério Sul podem ser ouvidas a partir dos 30 minutos do áudio abaixo:

A ameaça aconteceu nesta segunda-feira (29 de maio), em uma reunião realizada na Secretaria Municipal de Cultura (SMC) entre Sturm, Gustavo, da coordenadora do Núcleo das Casas de Cultura, Priscila Machado, e de sua assessora, Bárbara Rodarte, para discutir a possível renovação do contrato de gestão compartilhada da Casa de Cultura Ermelino Matarazzo/Ocupação Cultural Mateus Santos, firmado na gestão passada e cujo contrato se encerrou em abril deste ano.

Sem quaisquer equipamentos públicos de cultura, agentes integrantes do Movimento Cultural Ermelino Matarazzo ocuparam um imóvel abandonado da Subprefeitura local – atual Prefeitura Regional de Ermelino Matarazzo – e criaram a própria casa de cultura (uma demanda de mais de 20 anos da população local). Desde o ano passado, o espaço passava por uma gestão compartilhada com coletivos culturais, que inclusive conseguiram patrocínio de empresas privadas para realizar atividades no local. A ocupação cultural é um dos mais de 30 espaços populares implementados por artistas da cidade em áreas ociosas.

“Se eu quiser fechar a porta e tirar de vocês lá, também posso”

Com o término do contrato de gestão compartilhada, a SMC apresentou proposta única de parceria que prevê um convênio sem aporte financeiro aos coletivos que ocupam o espaço. Diante do questionamento do integrante do Movimento da falta de investimentos do poder público na Cultura, o secretário Sturm altera o tom de voz e diz que “o espaço é público, é do governo. Se você não formalizar, nós vamos tirar vocês de lá”.

Em outro ponto, Sturm alega que “legitimidade e nada é a mesma coisa” e que “o prefeito foi eleito, você não foi”.

Fonte: Periferia em Movimento