De uma coisa é certa aos olhos vermelho petista, e quem sabe de boa parte do Brasil: Michel Temer (PMDB), não dura muito tempo por falta de sustento político, moral e pela credibilidade que parlamentares depositam na cassação da sua chapa pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na visão dos senadores Lindbergh Farias e Gleisi Hoffmann, durante visita a Teresina, nesta sexta-feira (26/05), ficou claro a visão de que Temer não chega ao dia de São João, no poder.
Cumprindo agenda nos estados brasileiros, com o intuito de reacender nos correligionários a esperança de ‘Lula Lá’, em 2018; a entourage petista composta também pelo ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, conheceu a sede regional do PT no Piauí e o Centro Integrado de Reabilitação (Ceir).
Direto e firme no que dizia, o senador Lindbergh Farias tratou de descartar de imediato a possibilidade de impeachment, e validar – a partir de hoje – o seu prazo de ‘era Temer no Planalto’. “O pedido de impeachment é mais criação de um fato político. Porque o impeachment é um processo lento. Demora seis meses… Esse Temer não aguenta mais 15 dias. Acho que a cassação dele vai se dar pelo TSE no próximo dia seis”, disse.
A senadora Gleisi Hoffmann, guardava expectativas sobre um Michel Temer que poderia renunciar, quando citado em delação de Joesley Batista, na última semana. Mas, segundo ela, não aconteceu porque ele “não teve essa grandeza”. “A gente esperava que ele renunciasse, mas não teve essa grandeza. Vai ter que sair ou pelo processo do dia seis no TSE ou com muita pressão popular pela renuncia”, disse a senadora.
Reformas e Manifestações
Para os dois senadores, é inviável se falar em reforma durante uma crise política e institucional. “Nós vamos fazer de tudo pra suspender. O país não tem condições de fazer uma discussão de reforma como está sendo feita. Está numa crise política, institucional, vai mexer nos direitos básicos do povo ? Não tem condição disso”, afirmou Gleisi.
Segundo a parlamentar, é necessário legitimar um governo e isso seria possível através do voto popular com as eleições diretas, e com a população na rua, evidencia a reprovação do atual governo considerado por ela “ilegítimo”. “Muito boa as manifestações, acho que o povo tá indo pras ruas e tá demonstrando que não quer esse governo ilegítimo. Acho que a única forma de melhorar a situação do pais, legitimar um governo, é pelo voto popular. Nós somos a favor das diretas, estamos discutindo uma emenda constitucional pra isso… e estamos vendo que é o que o povo quer também”.
Lindbergh Farias deixou claro que “a reforma da Previdência não passa”. O senador avalia como maldosa e que um dos caminhos é paralisar tudo. “Esse governo acabou. O governo tá completamente desmoralizado. Então nossa bandeira é pra barrar essas reformas”.
Onde mora o medo
Provido do discurso otimista e de queda rápida do presidente Michel Temer, Lindbergh Farias lembra que ainda há o que temer. “Eu fico preocupado com as articulações para a eleição indireta”, disse. E completa: “Acho que as pessoas não estão entendendo o tamanho do desgaste que tem no Congresso Nacional, então eu acho que é um arranjo por cima das elites… Vai dar errado. O povo não vai reconhecer força nesse presidente da República, não vai aceitar esse processo. A gente vai insistir muito na bandeira das eleições diretas”.
PEC da ‘saída’
Para tudo existe um jeito, e de modo bem brasileiro, o senador falou esperançoso na possibilidade da aprovação do Projeto de Emenda Constitucional (PEC) que será votada nessa próxima quarta-feira (31/05), do senador pelo Distrito Federal, José Reguffe, que modifica o artigo 81 da Constituição Federal.
“Nós estamos discutindo lá no Congresso Nacional, porque tem uma PEC que a gente quer votar quarta-feira, na Comissão de Justiça. Uma PEC que muda a Constituição pra permitir a realização de eleições diretas. É uma PEC do senador Reguffe, mexendo na Constituição, no artigo 81, pra dizer que se houver vacância nos três primeiros anos, tem que ser eleições direta, até dezembro de 2017. E teria 90 dias pra realizar essa eleição direta. Eu acho que é o melhor caminho, porque eleição indireta não resolve nada… Nós vamos continuar nessa crise política”, explica.
Única carta na manga
Com eleições diretas, obviamente, o Partido dos Trabalhadores tem Lula como a grande opção e, segundo Farias, talvez seja esse o medo também da oposição de optar por eleições indiretas. “Nós temos o nosso candidato que é o Lula, é hoje um candidato imbatível e é por isso que eles também não querem eleição direta [risos]”. E se Lula, por complicações com a Justiça, não puder candidatar-se. Teria outra via? O senador pontuou: “Lula é nosso plano A, B, C, D, E… é Lula”.
Fonte: Brasil 247