O consumo de chocolate pode ajudar no combate a doenças cardíacas, como a fibrilação atrial (FA), um subtipo de arritmia caracterizada por batimentos rápidos e irregulares dos átrios do coração. Em um estudo divulgado nesta semana, pela Universidade Harvard, pesquisadores identificaram os benefícios do cacau e de seu alto índice de flavonoides, que produzem efeitos anti-inflamatórios, anti-hemorrágicos e antialérgicos.
“Nosso estudo mostra os benefícios para a saúde com um consumo moderado de chocolate e evidencia a importância de fatores comportamentais para diminuir potencialmente o risco de arritmias”, explica, em um comunicado à imprensa, Elizabeth Mostofsky, instrutora do Departamento de Epidemias de Harvard. O trabalho foi publicado na revista especializada Heart.
De acordo com a pesquisa, o cacau puro e o cacau dos alimentos — em particular no chocolate amargo, cujo índice é maior que do chocolate ao leite — atribui ao sistema cardiovascular mais benefícios por causa do alto nível de compostos químicos flavonóides, que ajudam na saúde dos vasos sanguíneos.
Dos 55,5 mil homens e mulheres que participaram do trabalho, foram registrados 3.346 casos de FA no período de acompanhamento, cerca de 13 anos. As pessoas que comeram de uma a três porções de 28g de chocolate por mês apresentaram uma taxa 10% menor da doença que o grupo que ingeria menos de um porção mensal. Já entre aqueles que comeram uma porção por semana tiveram uma taxa 17% mais baixa; e aqueles que comiam de duas a seis porções semanais tinham uma taxa 20% menor.
Com moderação
A responsável pela pesquisa, porém, ressalta que a ingestão deve ser moderada. “Comer quantidades excessivas de chocolate não é recomendado, porque muitos produtos são ricos em calorias de açúcar e gordura e poderiam levar ao ganho de peso e outros problemas metabólicos. Mas ingestão moderada de chocolate com alto teor de cacau pode ser uma escolha saudável”, diz Mostofsky.
Na pesquisa, foram considerados o índice de massa corporal, a pressão arterial e o colesterol dos participantes, que foram medidos no momento da recruta, entre dezembro de 1993 e maio de 1997. Eles também analisaram outras condições de saúde e o estilo de vida a partir de questionários.
“Apesar do fato de a maior parte do chocolate consumido pelos participantes ter concentrações relativamente baixas de ingredientes potencialmente protetores, ainda observamos uma associação realmente significativa entre comer chocolate e um menor risco de FA — sugerindo que mesmo pequenas quantidades de cacau têm um impacto positivo na saúde “, finaliza a especialista.
O que é fibrilação atrial
A fibrilação atrial afeta 2,5% da população mundial, o equivalente a 175 milhões de pessoas. É a segunda maior causa de mortes em tudo mundo. Essa arritmia cardíaca está cada vez mais associada ao avanço da idade, acometendo, sobretudo, a população na faixa dos 75 a 80 anos de idade.
Fonte: Diário de Pernambuco