Cerca de 700 nomes de “clientes” beneficiados com o esquema de fraude em concursos públicos já foram identificados pela Polícia Civil da Paraíba, e devem ser alvos de investigação na Terceira fase da Operação Gabarito, que foi deflagrada nesta segunda-feira (22).
Segundo a delegada Wanderleia Gadi, uma das responsáveis pela Operação, algumas dessas pessoas já se apresentaram espontaneamente à delegacia para confessar que foram beneficiadas pelo esquema e mostram intenção de colaborar com as investigações. Essas pessoas, conforme a delegada, não serão alvos de pedidos de prisão temporária justamente por estarem se antecipando a investigação da Polícia Civil.
“De fato a primeira e a segunda fase foram encerradas oficialmente. A primeira com 19 prisões em flagrante, sendo dez delas em João Pessoa e as outras nove em Natal, no Rio Grande do Norte. Na segunda fase nós demos cumprimento a pelo menos dez mandados de prisão. E a terceira fase se inicia com a análise mais aprofundada dos documentos e provas que foram apreendidos. Das análises desses documentos nós iremos avaliar a necessidade ou não de novos mandados de busca e apreensão, de prisão, inclusive das pessoas que se sabe que adentraram no serviço público de maneira fraudulenta. São aquelas pessoas que a gente está identificando como “clientes”, ou seja, aquelas que compraram as vagas”, disse a delegada.
Os outros clientes que não se apresentarem terão os pedidos de prisão temporária decretados.
“Muitos desses clientes já têm nos procurado para admitir ter aderido ao esquema e quere colaborar nas investigações. As pessoas que estão nos procurando não estão tendo a prisão solicitada porque o interesse de prender alguém temporariamente é poder avançar nas investigações. Os que nos procuraram não serão alvos de novas fases. A lista vasta de 700 nomes que nós já identificados e que não nos procuraram, esses sim, se não forem localizados, pediremos a prisão temporária delas”, avisou.
As investigações apontam que pelo menos 70 concursos tenham sido alvo do esquema, que já movimentou, no mínimo, R$ 21 milhões em estados do Nordeste, Sudeste e Norte do país em doze anos de atuação.
Na Paraíba concursos municipais, estaduais e até federais foram alvos dos criminosos, entre eles UFPB, TER-PB e Ministério Público da Paraíba.
Fonte: PB Agora