O advogado Francisco de Assis e Silva, que coordenou a delação dos donos da JBS, Joesley e Wesley Batista, negou ao GLOBO de forma peremptória que tenha havido qualquer edição na gravação da conversa de Joesley com o presidente Michel Temer. Segundo o advogado, a gravação pode estar mal-feita, por ter sido realizada por um amador, mas não sofreu qualquer modificação. (TUDO SOBRE A “REPÚBLICA GRAMPEADA”)
— Nós entregamos para a Procuradoria-Geral da República o áudio original. Pega desde o momento que ele (Joesley) entra no Palácio do Jaburu ouvindo a CBN até o final da conversa. Reafirmo que o material é 100% integral — afirmou.
O advogado afirmou ainda que há uma cópia guardada no exterior que já estaria a caminho do Brasil para ser comparada com a versão entregue ao MP e dirimir quaisquer dúvidas.
Escalado para a defesa de Temer no inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado criminalista Antonio Cláudio Mariz de Oliveira afirmou nesta sexta-feira, em entrevista ao “Estado de S. Paulo”, que o governo tem “informações seguras” de que o áudio foi adulterado.
Assis e Silva diz que os ruídos e os trechos inaudíveis da gravação se devem às condições em que a conversa foi registrada. Segundo ele, Joesley usou um pen-drive com gravador, em uma loja de equipamentos eletrônicos, e o empresário não teria qualquer expertise em gravações desse tipo:
— Ele nunca fez isso antes, é a primeira vez que faz. Ele não é um 007.
Fonte: O Globo