A Coleção Crispim

Rubens Nóbrega

Tire da gaveta ou do arquivo do seu computador aquele seu livro ainda inédito, de qualquer gênero, e o submeta ao Conselho Curador da Coleção Luiz Augusto Crispim, que Universidade Federal da Paraíba e Academia Paraibana de Letras criaram para descobrir, revelar e promover novos valores da nossa literatura.
A Coleção Crispim passa a existir formalmente hoje pela manhã, às 9h, no auditório da Reitoria da UFPB, Campus de João Pessoa, quando o reitor Rômulo Polari e o jornalista Gonzaga Rodrigues, presidente da APL, assinarem um protocolo de intenções que prevê, também, recuperação e publicação de obras raras ou esgotadas.
O Conselho Curador da Coleção será formado por seis representantes da Academia e seis da UFPB, que indicarão três titulares e três suplentes, escolhendo-os entre pessoas reconhecidas e respeitadas pela capacidade intelectual, produção literária, além de destacada, positiva e proativa inserção na vida cultural da Paraíba.
Aos curadores da Coleção Crispim os interessados poderão, doravante, apresentar suas obras, algumas das quais por vezes enfrentam dificuldades de publicação, seja por falta de condições do autor, seja por falta de apoio ou de acesso aos mecanismos oficiais de incentivo à cultura, inclusive aqueles de natureza fiscal.
A Coleção representa também justíssima homenagem ao nosso Luiz mais Augusto, àquele que é um dos mais admirados escritores da Pequenina e em vida foi também dos mais brilhantes professores do Curso de Direito da UFPB, que está completando 60 anos de fundação e igualmente será homenageado na reunião solene de hoje, juntamente com os também sessentões cursos de Medicina e Odontologia.
Como se fosse pouco, a pauta desta super sexta inclui ainda os 50 anos do Departamento de Matemática; a criação de mais um campus da UFPB na Capital, que terá o nome de Lynaldo Cavalcanti e está se estruturando em Mangabeira; apresentação do Instituto UFPB de Desenvolvimento da Paraíba (IDEP-UFPB), da Escola de Iniciação Científica e Tecnológica, do centro de convenções em construção ao lado da Reitoria e de quatro novos centros acadêmicos – Comunicação, Turismo e Artes (CCTA), Biotecnologia (CBiotec), de Energias Alternativas (Cea) e de Informática (CI).
A programação será encerrada com o lançamento do livro ‘IDEP-UFPB’, de Rômulo Polari, obra publicada pela Editora Universitária. O autor, referência no conhecimento e análise da economia paraibana, aborda “os principais aspectos reveladores do subdesenvolvimento” do Estado e mostra como o novo Instituto pode contribuir decisivamente para nos levar a um ciclo desenvolvimentista que nunca experimentamos de forma verdadeira e sustentável.

José Mário Espínola

Na condição de presidente honorário do fã clube dele, o meu Doutor de coração, literal e fraternalmente falando, levo ao conhecimento de todos os demais amigos e admiradores desse imenso botafoguense que desde a última terça-feira (6) o homem deixou de ser servidor médico da UFPB.
Naquela data, foi publicada no Diário Oficial da União a portaria assinada aposenta o Doutor José Mário. Com a publicação daquele ato, a Universidade escreveu o epílogo de irrepreensível carreira de 37 anos no serviço público.
Além de médico cardiologista do Hospital Universitário Lauro Wanderley, Doutor Zé foi também diretor técnico do Hospital General Edson Ramalho e coordenador de Doenças Crônico-degenerativas da Secretaria de Estado da Saúde, onde
implantou os Programas de Assistência ao Portador de Hipertensão Arterial (ainda existente) e de Assistência ao Portador da Doença de Chagas, já extinto. Foi ainda intensivista da UTI do HULW e médico da equipe Cidade Verde do PSF da Capital.
Para além ou simultaneamente ao exercício profissional, que continua, para alegria de seus pacientes, José Mário Espínola vem participando intensamente dos movimentos da categoria a que pertence, exercendo mandatos e cargos no Sindicato dos Médicos da Paraíba, Associação Médica Paraibana e Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB).
Na Associação Médica, por exemplo, foi diretor de Defesa Profissional; no CRM, membro-conselheiro, presidente, vice-presidente, segundo-secretário e tesoureiro. Atualmente, encontra-se no seu segundo mandato de corregedor.
Esta semana, ao me informar sobre a sua aposentadoria, Doutor Zé revelou que embora já tenha mais vínculo com o HU pretende honrar o compromisso com os pacientes que lhe foram marcados, atendendo-os até 30 de dezembro.
Nada mais natural, em se tratando de José Mário Espínola. Sem retórica ou clichê, pode-se dizer sem medo de errar que ele sempre pautou sua vida pela responsabilidade para com o mais necessitado e por um compromisso social tácito, intimamente assumido, sem fazer disso ou praça ou carnaval.
No máximo, admite que esse é o seu “jeito socialista de ser”.

‘Escândalo dos Livros’

Perguntaram-me ontem porque não cuido neste espaço do tal Escândalo dos Livros, que ontem rendeu tumultuada sessão na Câmara de Vereadores da Capital. Respondo agora: estou dando um tempo nos assuntos policiais.