Retorno

Sharapova volta às quadras nesta quarta após suspensão de 15 meses

Russa estará em ação no Torneio de Stuttgart, na Alemanha

Foram 15 longos meses afastada das quadras, mas nesta quarta-feira (26) a espera acabará. A tenista russa Maria Sharapova, 30, estará de volta ao circuito mundial no Torneio de Stuttgart, na Alemanha, após o fim de sua punição por doping.

Em janeiro do ano passado, ela foi suspensa pelo uso da substância meldonium, proibida pela Wada (Agência Mundial Antidoping).Não que a vencedora de cinco Grand Slams não tenha aproveitado. Durante seu afastamento, Sharapova intensificou a participação em eventos de moda, ampliou sua marca de balas (agora a Sugarpova também tem chocolates) e até voltou a estudar. Entre uma coisa e outra, também treinou.

“É fantástico ter novamente um objetivo ligado à competição, reencontrar esse ambiente. Durante um ano eu foquei em ficar forte fisicamente, porque isso me deixa mais forte mentalmente. Eu nunca apreciei tanto a parte física”, afirmou em entrevista ao jornal francês “Le Parisien”.

Para voltar aos principais torneios, Sharapova dependia de convites, já que não tem ranking. Além de Stuttgart, a russa já foi chamada para as chaves principais de Roma e Madri. Mas ainda não convenceu os organizadores do Grand Slam de Roland Garros (o qual venceu duas vezes), mais reticentes a dar o benefício para tenistas flagrados no antidoping.

Muitos tenistas se manifestaram contra os convites à russa. O britânico Andy Murray, líder do ranking masculino, e a alemã Angelique Kerber, vice-líder do feminino, foram alguns dos que reclamaram, dizendo que a russa deveria “merecer” disputar os grandes eventos.

O Torneio de Stuttgart começou na segunda (24), mas Sharapova só estará livre da suspensão na quarta (26). Coincidentemente, a disputa da chave principal será iniciada só nesta terça (25), encaixando a estreia da russa perfeitamente na agenda – ela enfrenta na quarta a italiana Roberta Vinci, 36ª do mundo.

“Esse convite significa que teremos uma alemã a menos na chave”, afirmou Kerber – normalmente organizadores guardam os convites para jovens promessas do país.Caroline Wozniacki, Garbine Muguruza, Jo-Wilfried Tsonga, Nick Kyrgios e Agnieszka Radwanska, que enfrentará a russa na segunda fase do torneio caso ambas vençam na estreia, também foram contra o privilégio.

“Esse tipo de convite deveria ser disponível apenas para jogadores que caíram no ranking por lesão, doença ou um acidente qualquer. Não para alguém que foi suspenso por doping. Maria [Sharapova] deveria reconstruir sua carreira de outra maneira, começando em torneios menores”, disse Radwanska.

Por outro lado, a russa recebeu apoio de Rafael Nadal, Novak Djokovic e até de Venus Williams. “Isso [dar os convites] é decisão dos torneios. Acredito que será bom tê-la de volta ao circuito”, comentou a irmã de Serena, líder do ranking feminino.

Detalhe: o principal patrocinador em Stuttgart é a Porsche, um dos patrocinadores da russa. Sim, ao contrário do que acontece normalmente com atletas afastados por doping, Sharapova não perdeu nenhum apoiador. Nem os que se manifestaram contra a tenista na época da revelação do doping. A “marca Sharapova” falou mais alto.

Na última lista da revista “Forbes” de atletas mais bem pagos, a única mulher à frente da russa foi Serena Williams, em geral a segunda colocada da lista.Serena faturou R$ 90,3 milhões entre patrocínios e premiações, R$ 21,9 milhões a mais que Sharapova (que lucrou R$ 62,5 milhões só com patrocinadores).

No mês que marca a volta da russa as quadras, começou a pré-venda da biografia de Sharapova, “Unstoppable: My Life So Far” (“Imparável: Minha Vida Até Agora”). O livro só chega em setembro, mas já está entre os mais pedidos em pré-vendas on-line. “Tudo que tenho eu batalhei para conseguir. Cada título, cada dólar. Nada me foi dado de bandeja”, diz a tenista.

Assim, ícone da moda, recheada de patrocínios e sem muitos amigos, Sharapova estará de volta. Resta saber qual será a reação do público. A julgar pelos milhares de seguidores que angariou no período de ausência, a vantagem é da russa.

Fonte: Notícias ao Minuto