Salário Mínimo vai injetar mais de R$ 896 mi na PB

O novo Salário Mínimo de R$ 622,73, que será válido já a partir de 1º de janeiro de 2012, vai injetar mais de R$ 896,3 milhões na economia paraibana ao longo do próximo ano. O valor corresponde ao pagamento de R$ 77,73 a mais a cada um dos 887,8 mil assalariados que tem o Mínimo como valor de referência, segundo dados do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por mês, o incremento na economia chega a R$ 68,9 milhões, que somado ao 13º salário totaliza a preço de hoje R$ 896,304 milhões.

Em comparação c om o salário mínimo vigente, o aumento será de 14,26%, o que já anima o setor de comércio. “É um aumento percentual muito significativo e a perspectiva do comércio é muito boa porque haverá um aumento do poder aquisitivo. Nosso único temor é que haja um aumento nos preços neste mesmo patamar, tirando o ganho real do salário mínimo. Contudo, esperamos que os preços se mantenham estáveis e com isto as pessoas possam consumir mais”, espera o presidente da Federação das Câmaras dos Dirigentes Lojistas da Paraíba (FCDL), José Artur de Melo de Almeida.

Para o economista Celso Mangueira, o aumento do Salário Mínimo acima dos índices da inflação beneficia sobretudo os estados que possuem muitos trabalhadores que recebem até um salário mínimo. “Com certeza este reajuste acima do índice de inflação irá proporcionar o aumento do consumo, o que faz com que seja criado um círculo virtuoso, pois se há mais venda, aumenta a produção, aumentando também a quantidade de vagas de empregos”, avaliou.

Já o diretor da Empresa IPC Marketing, Marcos Pazzini, que realiza cálculo do Índice de Potencial de Consumo dos municípios brasileiros, vê com ponderação o impacto no consumo avaliando que o número total de assalariados não seja tão grande, pois existem muitos trabalhadores que não possuem aumento salarial atrelado ao Piso Nacional “Realmente o Salário Mínimo terá aumento significativo em 2012, mas não acredito que este fato, por si só, tenha grande impacto no consumo. Isto porque cada vez menos empregados têm o salário atrelado ao Mínimo na economia nacional, apesar da região Nordeste ser mais sensível ao valor. Há alguns anos os aumentos do Salário Mínimo têm sido acima da inflação. Via-de-regra, quem tem salário atrelado ao Mínimo são aposentados e profissionais de baixa qualificação, que tem no valor do Piso Nacional a garantia de um valor mínimo de rendimento para sobreviver”.

Contudo, ele citou os setores que mais deverão perceber o aumento nas vendas, Marcos Pazzini acredita que as lojas de eletrônicos serão mais beneficiadas. “Quanto aos setores que podem ser beneficiados, destaco o setor de eletrodomésticos e eletrônicos, não só pela melhoria da renda desta fatia da população, mas principalmente por causa da facilidade de crédito e da expectativa de consumo desta população para esses produtos”, avaliou.

O setor de alimentos e varejo popular, por exemplo, são segmentos fortemente impactados com o aumento do poder de compra do piso nacional. De olho no reajuste, o presidente da Associação do Supermercados da Paraíba, (ASPB), Cí- cero Bernardo, aguarda com otimismo a chegada do reajuste. “Dinheiro a mais eleva não apenas as feiras, mas modifica também os itens na cesta básica, que constumam ficar mais refinado com a elevação do poder de compras das classes econômica como C, D e E”, apontou.