O Brasil ainda atônito com os desdobramentos da operação A carne é fraca, da Polícia Federal precisa tomar uma decisão essencial e estratégica:
Separar – urgentemente – o joio do trigo!
Se não o fizermos, o grande perdedor será o Brasil.
Não sou pecuarista nem tenho procuração para defendê-los.
Entendo, porém, que os setores que produzem, que empregam, que geram renda e movimentam a economia nacional precisam ser mantidos a salvo de tudo e de todos.
Insisto: o Brasil, enquanto nação, precisa defender a solidez de um setor que emprega diretamente sete milhões de brasileiros, está presente em cem por cento dos municípios e faz do País o segundo maior exportador de carne do mundo.
A carne brasileira definitivamente não é nada fraca.
Trata-se de um negócio que contribui com mais de US$ 6 bilhões para o complexo equilíbrio da balança comercial brasileira. E produz mais de 9 milhões de toneladas de carne por ano, com crescimento recorde de 37% no período de 2000 a 2011.
Tem mais: os subprodutos fornecidos por este segmento alimentam uma rede produtiva colossal. E se fosse interrompido, encerraria as atividades de 49 indústrias.
Muita coisa, portanto, está em jogo.
Está em jogo, por exemplo, a recuperação dessa tragédia social que é o desemprego.
Quando finalmente conseguimos um saldo positivo no Caged, o cadastro nacional de emprego e desemprego, interrompendo uma sequência de 22 meses negativos, não podemos simplesmente aceitar que um dos segmentos econômicos da sólidos do País vá à bancarrota.
Evidentemente não faz parte da minha defesa o acobertamento de mal feitos.
A nação da pecuária, que tem desenvolvido tanta tecnologia e demonstrado força na produção de carne, precisa servir aos brasileiros e ao mundo produtos de boa qualidade e devidamente aprovados em inspeções sanitárias rigorosas e descomprometidas.
Mas sejamos sinceros: a espetacularização da operação da Polícia Federal, deflagrada justo no dia em que a Lava Jato (esse patrimônio nacional) completava aniversário de três anos, deixou uma pulga gigante atrás de nossas orelhas.
Precisava mesmo colocar em xeque toda uma cadeia produtiva tão importante para o País?
O estrago feito até aqui é enorme: contêineres brasileiros estão sendo boicotados em vários portos do mundo. Nossos principais mercados consumidores suspenderam contratos.
E não tenham dúvidas: muitos produtores internacionais estão agora comemorando nosso infortúnio.
Pois passamos a bola, de bandeja, para nossos adversários – países que nunca conseguiram superar a capacidade de produção do setor agropecuário brasileiro ganharam a chance de colocar seus produtos nas prateleiras internacionais.
Digo, alerto e repito: estamos jogando contra o nosso próprio patrimônio.
E vamos, juntos, amargar os seus efeitos.
Fonte: Assessoria