Rubens Nóbrega

Qual agência dos Correios ou lotérica será assaltada hoje na Paraíba? Não dá pra saber, salvo se um de nós fizer parte das quadrilhas que todo dia fazem a ‘festa’ no interior despoliciado e inseguro do Estado.

Mas dá pra arriscar que pelo menos em Gurjão, Lagoa Seca e Juarez Távora são mínimas as chances de assalto nesta quinta. Porque os Correios e lotéricas dessas cidades já foram assaltados esta semana.

Gurjão na segunda (28); Lagoa Seca, na terça (29); Juarez, ontem (30). Detalhe: nessa última cidade foram dois os assaltos. Primeiro, à lotérica; depois, à agência dos Correios. Com menos de 40 minutos de um para o outro.

Do jeito que vai, daria até para a Caixa Econômica Federal lançar mais um jogo, com exclusividade para os paraibanos. Seria a Bandoteca, na qual ganharia quem acertasse mais cidades onde ocorreriam assaltos durante a semana.

A ‘cartela’ da Bandoteca traria um mapa da Paraíba, no qual para cada concurso o apostador assinalaria um máximo de sete cidades (uma pra cada dia da semana) a serem atacadas pelos bandidos.

Bem, enquanto a Caixa pensa na proposta, que tal um palpite sobre a cidade onde ocorrerá hoje o assalto que vai abrir a série de ataques a qualquer serviço bancário na Paraíba em dezembro?

Não é difícil. Basta saber que em pelo menos cem municípios paraibano não existe delegado de Polícia e seriam quase 200 as cidades ‘guarnecidas’ por um ou dois PMs.

De modo que, se em alguma dessas 200 tiver Correios ou lotérica, qualquer uma é candidata certa a receber a visita dos ladrões.

Outra coisa fácil de prever é que essa insegurança deverá permanecer por mais um bom tempo, porque não há sinais de que o Ricardus I dê ou esteja disposto a dar importância ao problema e cuidar de prover alguma solução.

Uma solução, ou melhor, uma boa prevenção seria recrutar força de trabalho através de concursos públicos para reforçar o contingente das Polícias Civil e Militar.

Os novos soldados, agentes e outros quadros da segurança pública seriam alocados prioritariamente nas cidades mais desprotegidas, que mais precisam de um policiamento digno desse nome.

Eis aí uma briga boa que o governo deveria comprar. Até para mostrar que tem disposição para brigar com outro tipo de gente, além de servidores públicos, opositores e críticos de modo geral.


Detran proíbe bermudas

A direção do Detran decidiu proibir a entrada de pessoas vestidas com bermuda na sede central do órgão, que fica em Mangabeira, capital.

Deve ser por zelo pela saúde dos usuários. Considerando que vivemos numa região de clima frio, usando calças e calçados adequados evita-se hipotermia ou, no mínimo, congelamento dos membros inferiores.

Particularmente, lamento a decisão. Explico: após a aposentadoria, em maio de 2012, a bermuda será o meu traje oficial. Assim, não mais poderei entrar no Detran e desfrutar pessoalmente da eficiência dos seus serviços.

Que deverão melhorar exponencialmente, sem dúvida, após a adoção de medida tão necessária e de tamanha urgência.
Um calote do MinC?

O jornalista Manassés de Oliveira recorreu à sua lista de contatos na Internet para denunciar que diversos Pontos de Cultura de todo o país, alguns deles na Paraíba, vão receber um calote do Ministério da Cultura.

“Embora não seja um consenso entre os pontos (e eu não consigo entender isso), há um grupo se articulando para mostrar ao País essa sacanagem do Ministério”, observa Manasses, que atua como produtor cultural no interior do Estado.

Segundo ele, representantes do MinC mentiram na mídia acerca de alguns pareceres jurídicos sobre o pagamento dos Editais Agente Escola Viva e Agente Cultura Viva.

“Agora em dezembro, um parecer que foi omitido pelo MinC e, depois veio à tona, vai expirar. É a nossa última chance de recebermos os recursos dos projetos que aprovamos. O MinC está esperando o prazo dos editais terminar. Depois engaveta tudo”, advertiu.

Ele informa que Luana Macena, uma das pontistas que articula o grupo denunciante, elaborou um documento que mostra todo o processo.

“Para saber os nomes de todos os pontos do Brasil envolvidos nesse processo, basta visitar a página do MinC. Há um saite colaborativo que mostra, através de vídeos, a indignação dos contemplados nos editais”, orienta Manassés.

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Sobre o assunto, encaminhei anteontem um pedido de informações e esclarecimentos ao Ministério da Cultura. Para tanto, usei a ferramenta de contato disponível no portal do MinC, que direciona a mensagem para a Ouvidoria do órgão.

Aguardei até o final da tarde de ontem por uma resposta. Como não veio…