A farra e a alegria são bem vindas em qualquer prévia carnavalesca, só não pode haver excessos que coloquem em risco a saúde do folião. Essa é uma preocupação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que registrou um aumento de 30% nos atendimentos durante o período no ano passado, só nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA), dos bairros do Valentina e Oceania, com relação ao mês anterior.
Os casos mais comuns, de acordo com a diretora geral da UPA Oceania, Thatiany Monteiro, são intoxicação alcoólica e intoxicação alimentar. “Nesses casos, as pessoas podem procurar a unidade, que é considerada referência no atendimento”, destaca a gestora. Mas para que a folia possa ser aproveitada de maneira segura até o final de momo, a prevenção ainda é o melhor caminho.
A folia combina com energia, o que não significa exagerar nos energéticos, bebidas que são muito consumidas durante esse período. O uso exagerado pode acarretar em problemas gástricos e até uma arritmia cardíaca, alerta o médico e diretor técnico da UPA Oceania, Vitor Nunes Miranda. “Pó de guaraná, por exemplo, e outras substâncias em excesso, podem atrapalhar o sono e provocar alterações de gastrite, hipertensão e cardíaca”, explica.
O consumo excessivo de álcool também é outra substância que está muito associado ao período carnavalesco. Neste caso, pode provocar dois tipos de problemas, afirma Vitor Nunes. “Tem a questão da desidratação, porque o álcool é uma substância diurética. Por isso, além de não exagerar, o folião deve ingerir água de forma intercalada. E o mais grave é o coma alcoólico, que provoca desmaio, podendo levar até a morte”, afirmou.
Outro alerta importante é sobre o cuidado com as doenças sexualmente transmissíveis, que podem ser evitadas com o uso do preservativo. Ainda sobre o tema, o médico chama atenção sobre o uso da chamada pílula do dia seguinte, usada para evitar gravidez indesejada. “Nesse caso, o uso excessivo pode provocar sérios problemas hormonais”, finaliza Vitor Nunes.
Atendimento – A unidade de Pronto Atendimento (UPA) funciona com uma equipe multidisciplinar formada por médicos clínicos e pediatras, numa estrutura composta de 15 leitos, sendo oito leitos de sala amarela (pacientes em observação), três de sala vermelha (emergência), três pediátricos e um leito de isolamento. Também é indicada para casos de hipertensão, distúrbios metabólicos, febres, dor torácica, síndromes coronarianas agudas, insuficiência cardíaca descompensada e quadros virais.
Já em casos de urgência e emergência ligadas com o risco de morte o Serviço de Atendimento Móvel (Samu) deve ser acionado pela população. “Acidentes de carro e de moto, por exemplo, aumentam muito durante as prévias carnavalescas. Além de casos decorrentes de violência com arma branca e arma de fogo”, explica a coordenadora do Samu, Érica Rivenna.
O serviço também pode ser acionado para casos de quedas livres, dores torácicas, que não sejam musculares, acidente vascular celebral (AVC) engasgos, além de convulsões, orienta Erica Rivenna.
Atualmente o Samu conta com dez ambulâncias disponíveis para a população, das quais três delas são de suporte avançado, além de três motolâncias, veículos estes que ajudam no atendimento mais rápido as vítimas. Na equipe multiprofissional há 46 médicos disponíveis 24 horas por dia, nos sete dias da semana. O chamado pode ser feito pelo número 192.
Créditos: Secom-JP