Em documento assinado pelo coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnole, e outros 12 procuradores, o Ministério Público Federal (MPF) pediu ao juiz Sérgio Moro a suspensão dos benefícios da delação premiada e prisão do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Segundo eles, Costa “faltou com a verdade” em sua delação premiada, quebrando o acordo firmado com a Justiça Federal.
Costa e alguns de seus familiares, como a sua filha Arianna, respondem a uma ação penal por ocultação de provas. Parentes dele teriam retirado documentos de sua empresa, a Costa Global, em março de 2014, horas antes dos investigadores da Operação Lava Jato fazerem buscas no local. De acordo com O Globo, o pleito foi feito no dia 7 de fevereiro.
Dallagnol afirma que há contradições entre os depoimentos de Costa e de Arianna. “Evidente descumprimento aos deveres assumidos em razão da celebração de acordo”, enfatizou ele.
Em depoimento, por exemplo, o empresário contou que pediu à sua filha a retirada de R$ 100 mil e 10 mil dólares no escritório da Costa Global Consultoria. Porém, em juízo ele afirmou ter solicitado que ela buscasse R$ 50 mil.
Restou, portanto, demonstrado que Paulo Roberto Costa faltou com a verdade por diversas vezes quando de seu interrogatório judicial (evento 363), em evidente descumprimento dos deveres impostos pelos acordos de colaboração premiada que celebraram com o Ministério Público Federal e foram homologados pelo Supremo Tribunal Federal. Desta feita, resta impossibilitada a aplicação dos benefícios previstos nos referidos acordos, uma vez que, a colaboração não foi efetiva, pelo que o parquet federal requer sua desconsideração para fins de condenação e dosimetria da pena.”
A defesa de Costa não foi localizada para se posicionar sobre o caso.
O MPF quer que o empresário responda com base na lei de organizações criminosas. Se acusado, a pena seria de três a oito anos de prisão.
Créditos: Notícias ao Minuto