Após a vereadora Raíssa Lacerda anunciar que vai pedir CPI na Câmara Municipal de João Pessoa, a falta de transparência no arquivamento do inquérito civil que apurava as denúncias do ‘fio preto’ da Energisa promete repercutir também na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB). O deputado estadual Ricardo Barbosa (PSB) disse ao Portal ClickPB que está estudando começar a partir desta quarta-feira (15) a coleta de assinaturas para apresentar o pedido de investigação, no Poder Legislativo estadual.
O colunista Clilson Junior denunciou que o arquivamento do inquérito se deu em setembro de 2016, após assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) em que a Energisa se comprometeu a pagar a quantia de R$ 800 mil, a título de compensação pelos danos e prejuízos causados aos consumidores.
Energisa assinou acordo do “Golpe do Fio Preto”, pagou R$ 800 mil e Ministério Público arquivou denúncia
“Eu estou pedindo à minha assessoria que levante mais detalhes para que avalie e, se houver essa gravidade e essa contundência de fatos que está se apresentando, eu estou fortemente inclinado a buscar parceiros na Assembleia que possam subscrever e apresentar a CPI”, disse Ricardo Barbosa.
Para abrir uma CPI, são necessárias 12 assinaturas.
A vereadora Raíssa Lacerda, que recebeu diversas denúncias sobre a prática da concessionária na Paraíba e levou o caso ao Ministério Público Estadual, ficou sabendo do acordo que foi firmado entre Ministério Público e Energisa apenas após a publicação em site de notícias de João Pessoa.
A denúncia partiu, na época, de um funcionário da própria Energisa, em 12 de março de 2013. Segundo ele, a concessionária mandava funcionários nas casas dos consumidores para trocar os medidores analógicos por digitais, ocasião em que forjavam ‘gatos’ para lesar os clientes, colocando um artifício que era o chamado ‘fio preto’. O caso, na época, repercutiu em veículos de comunicação em âmbito nacional.
Acusados de roubo de energia, os clientes da Energisa eram multados. Os funcionários recebiam da direção da concessionária uma meta diária de irregularidades para forjar. Eles registravam os supostos desvios com fotos.
O Ministério Público do Estado da Paraíba foi procurado pela reportagem para esclarecer por que não fez a divulgação sobre o arquivamento do inquérito, mas o promotor de Justiça Glauberto Bezerra preferiu não se pronunciar.
Fonte: Click PB