Dizem os editores da Revista Sociedade Militar: “
A coisa está complicando no Rio de janeiro. Como a Revista Sociedade Militar colocou em postagem anterior. O movimento em busca de pagamento de salários atrasados e melhorias nas condições de trabalho dos policiais está caminhando para uma situação de descontrole. Há frequentes denúncias de agressões de oficiais contra esposas de militares graduados e, nas redes sociais, comentários de praças sobre ilegalidades cometidas pela cúpula da polícia militar.
Falta habilidade na negociação. Falta confiança no governo. Falta apoio da sociedade.
A descentralização do movimento, que não têm uma liderança identificável, totalmente combinado pelas redes sociais – principalmente grupos de whatsapp – faz com que seja praticamente impossível neutralizar e identificar previamente as ações dos familiares dos policiais. Os policiais, por sua vez, de forma discreta obviamente mantém as esposas informadas dos movimentos do comando para driblar as famílias que tentam impedir o transito de viaturas e trocas de turno.
A população carioca, apesar de estar apoiando as esposas dos policiais, levando água e alimentos para os piquetes na frente dos batalhões, de certa forma encontra–se apreensiva com o que pode ocorrer se a corporação realmente parar de trabalhar no estado.
O comando da polícia e o próprio governo do estado não podem deixar que um movimento reinvindicatório justo desande para uma solução de continuidade na TROPA, uma divisão na corporação. É um momento crítico e é hora do governo federal avaliar se não deve intervir na situação antes que se chegue a um ponto irreversível.
A atuação eficaz de militares em operações de alto risco depende da confiança no superior e lealdade do subordinado. Efetivos militares não funcionam se houver desconfiança e rixa entre oficiais e praças.
Infelizmente, pelo menos por enquanto, o que se percebe e que a organização, unidade e eficácia da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro podem ser seriamente prejudicadas por essa crise que, diga-se de passagem, era mais do que anunciada. Se alguém achava que homens e mulheres que arriscam sua vida pela tranquilidade da sociedade todos os dias não são humanos, que não têm um limite, agora sabe que têm. E que eles também têm famílias para alimentar.
Eles que precisam do reconhecimento, consideração e contrapartida por parte da sociedade.
Créditos: Cristal vox