Prisão domiciliar

JUIZ REVELA: Eike quer regalias, mas não colabora com investigação

RJ - LAVA JATO/OPERAÇÃO EFICIÊNCIA/EIKE/DEPOIMENTO - POLÍTICA - O empresário Eike Batista chegou à sede   da Polícia Federal, localizada no   centro do Rio de Janeiro, por volta das   14h47. Ele deixou o Complexo   Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na   zona oeste da cidade, em direção à   Delegacia de Combate à Corrupção, na   sede da PF, onde prestará depoimento   esta tarde.   31/01/2017 - Foto: FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO

O juiz federal Marcelo da Costa Bretas, responsável pelos desdobramentos da Lava Jato no Rio, negou novo pedido do empresário Eike Batista para substituir a prisão preventiva por domiciliar ou transferência para as dependências da Superintendência da Polícia Federal no Rio. O titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio avaliou que os atos de Eike “não indicam a sua intenção de colaborar com a Justiça”.

“A alegada participação do investigado no esquema criminoso sob investigação afigura-se relevante, não havendo fato novo que justifique qualquer modificação no decreto prisional inicial”, diz na decisão desta quinta-feira (9).

Eike é acusado de pagar propina de US$ 16,5 milhões ao ex-governador do Rio Sergio Cabral. Ele foi preso na Operação Eficiência, que investiga um esquema que teria lavado ao menos US$ 100 milhões em propinas para o grupo político do ex-governador. O dinheiro foi remetido ao exterior.

O juiz cita que o empresário teria adotado medidas “para ludibriar as autoridades de investigação, utilizando sua estrutura empresarial para forjar contratos fraudulentos e repassar propina ao ex-governador Sérgio Cabral”.

Bretas também afirma em sua decisão que a viagem de Eike dois dias antes da Operação Eficiência ser deflagrada e o “possível vazamento de informações parecem indicar que o comportamento deste investigado não é, de fato, colaborativo”. O empresário viajou para Nova York e só se entregou após ficar quatro dias foragido.

O magistrado diz que o alegado risco à integridade física baseado em notícias na imprensa não justifica a revogação da prisão preventiva. “Suposta situação de risco é comum a toda e qualquer pessoa recolhida em estabelecimento prisional brasileiro, diante do grave quadro de segurança pública nacional, não servindo para justificar qualquer tratamento individualizado ao ora requerente”, afirma.

O fundador do grupo X, que não tem ensino superior completo, está preso em Bangu 9, na zona oeste do Rio. A defesa alega que Eike estaria submetido ao encarceramento com a grande massa carcerária e que sua integridade física estaria em risco em decorrência de sua posição financeira e social.

Fonte: Tambaú 247