As vaias da romaria, a mídia e o Natal do governo!!

Nilvan Ferreira

Todo mundo sabe que os primeiros passos de qualquer governo são difíceis. Equipe nova, novas posturas, enigmas para desvendar, dificuldades de todo tipo, pressão de aliados e o aperto da oposição. São esses os principais ingredientes que um governante enfrenta, principalmente nos primeiros meses de gestão. Consequentemente, as medidas primeiras de cada governo, na sua grande maioria amargas, causam, inevitavelmente, pontos de revolta popular, dissabores, insatisfações de toda a espécie.

Até aí tudo bem. Mas, venhamos e convenhamos, que o grau de revolta popular, atribuído ao governador Ricardo Coutinho e sua gestão é, do ponto de vista político e histórico, extremamente preocupante, pois trata-se de alguém que até bem pouco tempo atrás foi aclamado nas urnas, respaldado, inclusive, por uma maioria de mais de um milhão de votos, numa campanha emocionante e com apelo popular fortíssimo e incontestável.

O governo caminha para o primeiro ano de gestão e só enfrenta problemas. Está antipático perante a opinião pública. O governador e seus secretários não podem enfrentar aparições públicas, sob pena de ao terem nomes registrados, passar pelo constrangimento das vaias ensurdecedoras. Foi assim que ocorreu na Romaria de Nossa Senhora de Penha, na noite do sábado, quando o simples e normal registro da presença do governador gerou constrangimento para os organizadores do evento.

E ninguém segura certas revoltas do povo. Ricardo não mediu as consequências quando decidiu destruir a vida de milhares de paraibanos. Demitiu milhares de servidores; cortou gratificações de outras centenas; permitiu que muitos paraibanos morressem quando não ofertou o medicamento para tratamento de doenças graves; acabou com o tratamento de crianças vítimas de cardiopatia; institutiu o expediente duplo no estado; brigou com a Polícia; brigou com os professores; brigou com os médicos; brigou com servidores do IPEP; brigou com os servidores do FISCO; brigou com os Defensores Públicos; aumentou a conta da água em quase 20%.

Um ano recheado de atos e decisões não muito populares só poderia fazer com que o governador e seus auxiliares engolissem verdadeiros vexames como o verificado na Procissão da Penha, aqui na capital. Ninguém vaia um governador por acaso. As vaias representam o nível de popularidade de um governante. E neste ponto, Ricardo não vai nada bem. O pior é que o povo tem o governador como uma espécie de inimigo. E isso pode continuar trazendo problemas sérios para o seu governo e sua ações.

Outro ponto preocupante é que, mesmo com a mídia institicional a todo vapor, sendo exibida nos principais veículos do estado, o povo não absorve o lado positivo que o governo pretende encaixar perante a opinião pública. É a propaganda do governo sendo veiculada exageradamente e o povo “descendo a lenha”, vaiando e esculhambando.