Depois de quatro anos, Renan Calheiros (PMDB-AL) e Eunício Oliveira (PMDB-CE) se preparam para trocar os postos que ocuparam no Senado nos últimos quatro anos, salvo aconteça algum episódio da Lava Jato que impeça. Renan deve passar a presidência da Casa para Eunício, e o atual líder peemedebista deixará o comando da bancada para Renan – cargo, aliás, que o senador de Alagoas ocupou outras vezes.
Renan chegou a ser cotado para ocupar a presidência da Comissão de Constituição e Justiça – a mais poderosa do Senado –, mas preferiu voltar à liderança do PMDB.
Inicialmente, os defensores da ida de Renan para a CCJ argumentavam que por lá, necessariamente, têm de passar todos os projetos importantes que tramitam pelo Senado. E, além disso, lá são sabatinados os indicados para postos no Judiciário, como ministros do STF e também o procurador-geral da República
A partir de fevereiro, Renan e Eunício trocarão de postos e continuarão com gabinetes vizinhos e muito próximos ao plenário do Senado.
O parlamentar alagoano prefere não revelar o cargo que vai ocupar quando deixar a presidência do Senado – o que não é novidade no caso dele. Quando Renan se elegeu presidente do Senado em 2015, ele só assumiu a candidatura no dia da eleição, ao registrar o nome para entrar na disputa.
Esse “rodízio” entre Renan e Eunício incomoda alguns setores da bancada do PMDB. “É preciso mudar a foto”, disse um senador que não é do grupo de Renan e Eunício, ao defender a indicação de nomes novos do partido para os cargos importantes do Senado.
No entanto, esse grupo não tem força suficiente para barrar o projeto político do grupo dominante no PMDB do Senado.
Esse grupo – do qual também fez parte José Sarney (PMDB-AP) – domina os cargos-chave da Casa há 15 anos. Sarney, Renan e Eunício se revezaram nesses postos por quase todo esse tempo, com exceção de curtos períodos, como aquele em que o senador de Alagoas foi obrigado a se afastar da presidência do Senado e foi substituído por Garibaldi Alves (PMDB-RN).
Fonte: Assessoria