Os policiais e agentes penitenciários que trabalharam durante a noite em Alcaçuz, no município de Nísia Floresta, região metropolitana de Natal, acreditam que o número de presos mortos no confronto de facções supera 100. O confronto já terminou e os presos estão custodiados pelas forças de seguranças.
“O que podemos averiguar até o momento é que a rebelião de Manaus vai ser fichinha, viu. Porque a rebelião de Manaus foram constatado 60 mortes. (…) em Alcaçuz são no mínimo 100”, revela o agente penitenciário (nome preservado).
Outro agente de segurança que fez contato com o MOSSORÓ HOJE relatou que os agentes de segurança começaram o levantamento nos 5 pavilhões. Ainda não chegaram ao pavilhão IV. “A gente só vê eles jogando cabeços por cima muro”, narra.
Perto de meio dia, os secretário de segurança, Caio César e Justiça e Cidadania, Walber Virgulino, declaram que os presos autores da chacina serão identificados e punidos. Revelou que o primeiro levantamento deve ser concluído até o final do dia.
O secretário de segurança Caio éesar destacou que o confronto foi dentro de Alcaçuz e que isto não se espalhou para as outras unidades prisionais do RN. Ele voltou a dizer que a população poderia ficar tranquilia, pois não houve fugas.
Fora de Alcaçuz, centenas de familiares de presos aguardam por informações, que os agentes penitenciários e demais autoridades de segurança, não tem como fornecer, pois não tem identificação oficial de quem morreu e de quem está vivo.
O levantamento de quantos mortes deve ser concluído no final do dia, dependendo da qualidade e de como estes corpos estão dentro dos pavilhões. O trabalho é demorado, pois muitos dos corpos estão com as cabeças e outros órgãos decapitados.
O local com o maior número de mortos, segundo o agente penitenciário no audio acima, é o pavilhão IV. Esta unidade, no entanto, ainda não foi averiguada pelas equipes de policiais e peritos. Ele destaca que com certeza só no IV tem mais de 100 presos mortos.
O agente mandou mensagem de agradecimento aos amigos pelo apoio e por ter saído vivos do motim, que segundo ele, é muito superior à tragédia de Manaus em número de mortos.
No Governo do Estado, a informação era que havia confirmação de pelo menos 10 mortes. 12, talvez. Entretanto, os atos do governo indicam que este número é bem maior.
Logo na noite deste sábado, 14, teriam sido feitos contatos com os governos da Paraíba e do Ceará para enviar médicos legistas para ajudar nos exames identificação dos corpos.
Outro fator que chama atenção é que o Governo do Estado contratou uma carreta com câmara frigorifica para acomodar os corpos. Ou seja, não são só 10 ou 12 mortos.
O Instituto Técnico-científico de Polícia (ITEP), segundo o chefe de gabinete Thiago Tadeu, revelou ao G1, está se preparando para examinar 100 ou mais corpos.
Contenção
Dentro de Alcaçuz as imagens captadas por cima do muro mostram centenas de presos nus, em fila, sendo vigiados de perto por policiais fortemente armados, enquanto que outros policiais e peritos vistoriam as condições físicas dos pavilhões. Os mais de 1.150 presos praticamente destruíram toda as estrutura interna do presídio.
Créditos: Mossoró Hoje