Circula nas redes sociais, em especial no Facebook, um vídeo impressionante que mostra pelo menos três tubarões da espécie Negaprion brevirostris (Tubarão-limão) e quatro arraias nadando ao redor de um grande cardume de sardinhas numa praia. Junto com as imagens, a informação — enganosa — de que a cena foi registrada na Praia da Barra da Tijuca, no Rio.
O EXTRA foi conferir a origem das imagens e descobriu que elas são de autoria de um biólogo que trabalha bem longe de terras cariocas. Felipe Buloto atua em uma agência de turismo ecológico, a Natura Ecoturismo, e flagrou a cena no dia 27 de dezembro, em Fernando de Noronha. Nas imagens, tubarões e arraias se aproximaram da orla atrás de um cardume de sardinhas.
https://www.facebook.com/naturaecoturismo/videos/1689890521288951/
No vídeo, uma banhista chega a cerca de um metro dos animais enquanto grava o que vê, com o celular em mãos. Ao fundo, é possível ouvir outros observadores comentando o espanto diante da cena. “Olha o tamanho da arraia!”, comenta um deles.
O biólogo explica que a gravação foi feita depois que um grupo de profissionais acompanhou por horas o comportamento dos tubarões. Buloto diz que os animais já haviam se alimentado por horas. Mesmo assim, alerta para riscos em casos como esse, já que no verão situações como a do vídeo se tornam comuns, e recomenda que banhistas mantenham-se bem longe de tubarões.
— Sempre há risco quando se fica tão proximo de um predador como esse. Ali, o perigo seria uma mordida por erro de identificação da presa, porque tubarões se alimentam de humanos apenas em situações específicas — diz o biólogo.
O ambientalista Paulo Maia, da ONG SOS aves e cia, chama a atenção de banhistas: no mar, os invasores são os seres humanos.
— Essas imagens não são incomuns. É normal que arraias e tubarões se aproximem nesta época do ano, à procura de nutrientes. Os animais se beneficiam desses movimentos em torno do cardume para encurralar, e a mesma situação acontece em alto mar. Quando isso acontece fico feliz: é um sinalizador de que a água está limpa — completa Maia, antes de recomendar uma distância mínima de cinco metros desses animais— E lembre-se de que o tubarão não é vilão. O animal mais violento que existe é o homem — termina.
Créditos: EXTRA