O diplomata e ativista de Direitos Humanos Paulo Sérgio Pinheiro coloca o dedo na ferida e aponta os responsáveis pelo massacre que tirou a vida de dezenas de detentos do presídio de Manaus, muitos deles presos sem condenação formal e definitiva.
Caso tivéssemos um governo democraticamente eleito, o Ministro Alexandre de Moraes, da Justiça, já deveria ter apresentado a sua renúncia. Ele é o responsável maior pela chacina na penitenciária de Manaus.
A responsabilidade subsidiária é evidentemente do governador do Estado de Amazonas. E, evidentemente, os autores desses crimes bárbaros, dessas decapitações, devem ser investigados e punidos.
O Ministro, faz umas semanas, usou a bravata de dizer que essa história de briga de facções é alguma coisa de bravata. Além de não repassar fundos suficientes para os estabelecimentos que têm a terceira maior população carcerária do mundo, quase 600 mil. Sendo que um terço desses são presos sem pena definida, presos provisórios, o que é em si um escândalo.
Mas hoje o articulista Vinicius Torres Freire, na Folha de São Paulo, escrevia um artigo seminal lembrando que essas facções criminosas dentro dos presídios são apenas a ponta de um iceberg, porque os fundos administrados por essas facções, que são imensos, eles circulam pelo sistema financeiro, pelos bancos, pelo sistema empresarial.
Sem falar do financiamento de campanhas de políticos em todos os níveis, também possivelmente a questão de propinas a funcionários do Estado.
Então, esse escândalo em Manaus é uma crônica da morte anunciada. Quer dizer, sai governo, entra governo, a situação continua de total desprezo.
Por que? Porque a maioria desses presos fazem parte da maioria da população pobre e miserável, e as elites calhordas brasileiras não têm nenhum momento para levar em conta o enorme sofrimento das famílias desses presos.
É isso aí.
Fonte: Mídia Ninja