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Papa Francisco se manifesta sobre massacre em Manaus e revela preocupação

A rebelião foi a mais violenta desde o Massacre do Carandiru, em 1992.

O papa Francisco denunciou nesta sexta-feira (16) em Manila as “desigualdades sociais escandalosas” e proclamou sua “firme rejeição a toda forma de corrupção”. É preciso "quebrar as correntes da injustiça e da opressão que dão origem a desigualdades sociais óbvias e realmente escandalosas", disse o papa às autoridades reunidas no Palácio Presidencial. Nas fotos Papa Francisco  acompanhado do presidente Benigno S. Aquino III, das Filipinas.

O Papa Francisco manifestou nesta quarta-feira (4) sua dor e preocupação após as 56 mortes durante uma rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) de Manaus, no Amazonas. A rebelião foi a mais violenta desde o Massacre do Carandiru, em 1992.
“Quero expressar tristeza e preocupação com o que aconteceu. Convido-vos a rezar pelos mortos, pelas suas famílias, por todos os detidos na prisão e por aqueles que trabalham nele”, disse o papa durante uma audiência-geral no Vaticano.
“Eu gostaria de renovar o meu apelo para instituições prisionais sejam locais de reabilitação e reintegração social e que as condições de vida dos detidos sejam dignas de seres humanos”, disse o pontífice. O Papa Francisco já recebeu detidos no Vaticano e, em suas viagens ao exterior, muitas vezes visitou prisões.
Além dos mortos no Compaj, mais quatro presos foram mortos na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), na zona rural de Manaus, elevando para ao menos 60 o números de presos mortos esta semana no Amazonas.

Críticas internacionais

Entidades internacionais também criticaram a omissão das autoridades brasileiras, de acordo com o Bom Dia Brasil. O Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos cobrou uma investigação imediata e independente. A ONU afirma que os detidos estão sob custódia do estado e, por isso, as autoridades têm a responsabilidade sobre o que acontece com elas. A ONU fez um apelo para que os responsáveis respondam judicialmente.
Já Anistia Internacional atribuiu o massacre à negligência das autoridades e à superlotação dos presídios brasileiros. A ONG ainda lembrou que as condições da unidade prisional já tinham sido denunciadas pelo Conselho Nacional de Justiça, mas as medidas necessárias para corrigir o problema não foram tomadas.

Motim

Durante uma rebelião de 17 horas, presos do Família do Norte (FDN) , braço do Comando Vermelho no Norte do país, invadiram uma ala em que ficavam detentos do Primeiro Comando da Capital (PCC). O resultado foram corpos esquartejados, decapitados, e com olhos, corações e vísceras arrancados, jogados em carrinhos de levar comida e queimados. Mais 112 presos fugiram antes da rendição dos detentos que pôs fim à rebelião – 54 já foram recapturados. As buscas pelos foragidos continua.
O processo de identificação de todos os corpos pode levar até um mês devido às condições dos corpos. A Polícia Civil confirmou que já foram identificados 36 corpos das vítimas do massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj). Desse número, 30 morreram degolados.
A rebelião foi a mais violenta no país desde o episódio conhecido como Massacre do Carandiru, em São Paulo, em 1992, que terminou com 111 presos mortos. Quase todos os mortos foram vítimas do confronto com a polícia, que invadiu a casa de detenção para retomar o local.
Créditos: G1