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Mulher prometeu pagar R$ 80 mil pela morte de embaixador grego

Os autores do crime se reuniram dias antes para planejar o assassinato. O dinheiro seria dado a um deles 30 dias depois

Facebook/Reprodução

Françoise de Souza Oliveira, a mulher do embaixador da Grécia no Brasil, Kyriakos Amiridis, ofereceu R$ 80 mil a um dos cúmplices do assassinato do marido, Eduardo Tedeschi, primo do policial militar Sérgio Gomes Moreira Filho, para que ele entrasse no plano de execução de Kyriakos. As informações foram divulgadas pelo delegado Evaristo Pontes Magalhães, da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense, em coletiva à imprensa na noite desta sexta-feira (30/12).

Segundo o delegado, os três se reuniram dias antes para planejar como seria o crime e o dinheiro seria dado a Eduardo 30 dias após o assassinato, pois, dessa forma, acreditavam que já teria dado um prazo satisfatório para que não fossem culpados pelo ato.

O delegado ainda explicou a dinâmica do crime, ocorrido na segunda-feira (26). De acordo com os depoimentos, Françoise, 40 anos, saiu de casa com a filha, como forma de criar um álibi, enquanto Eduardo, 24, e Sérgio, 29, foram até o local e mataram o embaixador.

Eduardo ficou vigiando do lado de fora e Sérgio cometeu o assassinato dentro da residência onde o casal passava férias em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. No entanto, não há informações de como Kyriakos morreu, pois o policial militar diz que os dois tiveram uma luta corporal e ele teria agido em legítima defesa. A polícia, contudo, nega que isso tenha sido possível, pois o embaixador já era um senhor de idade.

Depois do crime, Françoise chegou do shopping com a filha, de 10 anos, a colocou para dormir e foi até a sala. Segundo Eduardo, ela se assustou em ainda ver o corpo no local e retornou para o quarto. O cadáver foi enrolado em um tapete e colocado no carro alugado pelo próprio embaixador.

Na madrugada do dia seguinte, Sérgio levou o veículo para debaixo de um viaduto em Nova Iguaçu e ateou fogo. Mais uma vez, Eduardo ficou vigiando para evitar que alguém os abordasse. O corpo do embaixador foi encontrado carbonizado nesta quinta (29), dentro do automóvel.

Traição
O delegado afirma ainda que o embaixador não sabia do relacionamento de Françoise e Sérgio, que teria começado há pouco mais de seis meses. A polícia trabalha com o fato de ter ocorrido um crime passional e acredita que a mulher queria ficar com todos os bens de Kyriakos.

Nos depoimentos, Françoise negou, a princípio, que tivesse envolvimento com o crime. No entanto, Eduardo, que se sentiu traído, afirma que todo o planejamento partiu dela e do policial militar. Os três estão presos temporariamente por 30 dias no Rio de Janeiro, por determinação da Justiça.

Nota do Itamaraty
Em nota, o governo brasileiro diz que “lamenta a morte do embaixador extraordinário e plenipotenciário da República Helênica no Brasil, Kyriakos Amiridis, e expressa seus mais profundos sentimentos a seus familiares e amigos, ao povo e ao governo da Grécia.”

“O embaixador Amiridis servia no Brasil pela segunda vez. À frente da embaixada grega em Brasília desde janeiro deste ano, vinha realizando intenso trabalho para o aprofundamento das relações entre os dois países.”
Créditos: metrópoles